Título: Symantec concentra foco em grandes contratos no Brasil
Autor: Bispo , Tainã
Fonte: Valor Econômico, 05/08/2008, Empresas, p. B3

Bill Robbins, vice-presidente da Symantec para as Américas: "A economia do Brasil é boa e há muita demanda" Bill Robbins pisou pela primeira vez no Brasil ontem de manhã. Ele passou pelo hotel, almoçou com um cliente e logo em seguida emendou uma conversa com o Valor. Tudo isso em poucas horas. Mesmo com uma agenda que mais parece uma maratona, o vice-presidente sênior para as Américas da Symantec mostra-se disposto. Uma viagem à América do Sul toma proporções diferentes depois de morar, por 18 meses, em Cingapura - período em que respondeu pela região da Ásia. "Estou acostumado a vôos longos", diz.

Há um ano no cargo atual, Robbins mostra-se entusiasmado com a operação brasileira. O Brasil é o país que mais cresceu nas Américas no primeiro trimestre do ano fiscal de 2009 para a Symantec, cujos números foram divulgados no dia 30 de julho. A região, que também inclui os EUA, respondeu por 52% do faturamento total e cresceu 13% no período. "A economia do Brasil é boa e há muita demanda pelos nossos produtos", afirma.

A receita da Symantec no trimestre foi de US$ 1,65 bilhão, um crescimento de 16% em relação ao mesmo período do ano anterior. O lucro líquido da companhia no período foi de US$ 187 milhões, um resultado 96,8% maior frente ao do primeiro trimestre fiscal de 2008.

Segundo o executivo, as empresas do países do Bric - Brasil, Rússia, Índia e China - crescem rapidamente e, consequentemente, produzem muitos dados e informações que precisam de um gerenciamento com segurança e proteção. "[Essas companhias] têm feito investimento em tecnologia que garanta o crescimento sustentável de seus negócios no longo prazo", afirma.

Nos últimos tempos, a Symantec - conhecida pelo programa Norton Antivírus - fez um esforço para ampliar sua oferta de produtos e alcançar também o mercado empresarial. O catálogo da companhia oferece desde o antivírus até a prevenção de perda do centro de dados, arquivamento de e-mails e virtualização do armazenamento de dados. Essa última tecnologia cria equipamentos independentes e virtuais dentro de computadores reais, o que permite diminuir a capacidade ociosa do equipamento, além de economizar com a compra de máquinas novas e com energia elétrica.

"Percebemos uma tendência das empresas em racionalizar custos e diminuir o número de fornecedores e parceiros", diz o executivo. É por isso que uma das estratégias da Symantec foi diversificar para oferecer um portfólio mais completo a seus clientes.

No Brasil, a estratégia foi concentrar a atenção nas grandes empresas, diz Sérgio Basílio, presidente da Symantec no país. "Até então, éramos muito presentes em companhias médias". O plano começa a mostrar resultados. O número de "top deals" (transações únicas de mais de US$ 100 mil), informa o executivo, cresceu oito vezes no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano anterior. "Trouxemos novos produtos, mas temos entregado mais serviço também".

Apesar de a companhia ter comprado três empresas no exterior nos últimos 12 meses, não há planos de fazer algo semelhante no Brasil. Em meados de 2006, a companhia chegou a anunciar que compraria empresas no mercado local, mas deixou a idéia de lado no início de 2007. "Queremos ter certeza de que as aquisições fazem sentido", diz Robbins.

O executivo não mora mais em nenhum país emergente. Hoje, vive na Califórnia. Seus olhos, porém, ainda estão bastante voltados para o bloco do Bric, principalmente para o Brasil, que está sob sua responsabilidade agora. "Todos esses países são muito agressivos, cada um à sua maneira. Eles apresentam um crescimento de longo prazo e com uma economia diversificada. É isso que me encoraja a investir nesses quatro países", afirma.