Título: American Airlines terá vôos para o Nordeste e BH
Autor: Campassi , Roberta
Fonte: Valor Econômico, 12/08/2008, Empresas, p. B14

A turbulência no mercado aéreo dos Estados Unidos não impediu a American Airlines de investir em novos vôos para o Brasil. A companhia cria, em novembro, dois vôos regulares diretos entre Miami, no sudeste do território americano, e o Nordeste brasileiro e entre Miami e Belo Horizonte.

A American, a maior companhia aérea mundial, foi a primeira empresa entre suas concorrentes americanas a anunciar vôos para outras capitais brasileiras além de São Paulo e Rio de Janeiro, os dois mercados mais tradicionais para vôos ao exterior. A expansão, que era planejada há mais de um ano, só foi possível depois que Brasil e EUA ampliaram o acordo que rege as operações aéreas entre os dois países, em junho deste ano. O número de vôos semanais permitido a partir de cada país passou de 105 para 154, sendo que a expansão será em três fases: 21 novas freqüências neste ano; 14 em 2009 e 14 em 2010. As empresas americanas já utilizavam todos os vôos, enquanto do lado brasileiro são utilizados 42, apenas pela TAM, única brasileira com vôos de longa distância ao exterior.

Segundo Dilson Verçosa Jr., diretor comercial da American Airlines no Brasil, a companhia terá um vôo diário na rota Miami - Salvador - Recife - Miami. A operação entre Miami e Belo Horizonte será feita três vezes por semana. Essas dez freqüências semanais foram autorizadas para a American pelo Departamento de Transporte americano (DOT) no fim de semana, dentro do total de 21 previstas na primeira fase da ampliação. As 11 freqüências restantes do lado americano devem ser distribuídas para outras empresas dos EUA.

Procurado, o DOT não informou se e quais outras companhias pediram autorização para ter novos vôos ao Brasil. As rivais da American no país, United Airlines e Continental, informaram que não terão novos vôos por enquanto. A Delta Airlines , que também compete com a American no Brasil, não deu informação, mas já disse, há alguns meses, que estudava dez cidades brasileiras para novas operações.

A expansão no Brasil ocorre num momento em que as companhias americanas fazem cortes em suas malhas, frotas e funcionários, principalmente dentro dos Estados Unidos, para tentar reduzir os estragos provocados pelo aumento recorde nos preços do combustível e uma economia em desaceleração. "Apesar de estar eliminando 10% da malha nos Estados Unidos, as operações internacionais da American vão bem", afirma Verçosa. "Os vôos no Brasil são lucrativos, a economia está madura e o país ganhou importância no cenário mundial." O executivo não fornece os resultados financeiros da American no país, mas afirma a média de ocupação dos vôos neste ano está em 85%.

O movimento da American marca também a importância que outras cidades do país vêm ganhando dentro do mapa da aviação. A companhia portuguesa TAP foi uma das primeiras a explorar novos mercados, como o Nordeste, Brasília e Belo Horizonte, com vôos diretos para a Europa. A TAM, nas últimas semanas, também anunciou ligações entre o Nordeste e Brasília para Buenos Aires.

Com os vôos ao Nordeste, a American vai concorrer mais diretamente com a TAM. Apesar de operar quase todos os vôos para os EUA a partir de São Paulo ou Rio, a empresa tem um vôo por semana entre Salvador e Miami e mais um vôo diário entre a cidade americana e Manaus.