Título: Investimentos sociais dos bancos superam R$ 1,1 bi
Autor: Travaglini , Fernando
Fonte: Valor Econômico, 14/08/2008, Finanças, p. C4
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) lançou ontem a 15ª edição do Relatório Social da entidade com uma série de dados e informações sobre os investimentos sociais realizados pelos associados. De maneira consolidada, os gastos com atividades culturais e sociais atingiram no ano passado R$ 1,128 bilhão, leve redução quando comparado aos números do ano anterior (R$ 1,151 bilhão).
De acordo com Fabio Barbosa, presidente da federação, os recursos condizem com as necessidades do país. "O setor financeiro é um dos líderes de investimentos sócio-ambiental, não apenas compensatórios, mas também se destaca por incorporar boas práticas no seu dia-a-dia, no relacionamento com clientes e fornecedores para ajudar no desenvolvimento do país".
A maior parcela de recursos foi destinada à educação, que superaram os R$ 400 milhões, seguidos por R$ 260 milhões em melhorias ambientais e outros R$ 246 milhões que envolveram incentivos fiscais, como a Lei Rouanet.
"A educação e o crédito são os fatores mais importantes para a inclusão social". De fato, os empréstimos apresentam crescimento de 20% nos últimos sete anos e, segundo Barbosa, "está mais acessível, como prazos mais longos e juros menores".
Nesse contexto de alta dos financiamentos e do acesso ao sistema financeiro, uma outra preocupação começa a aparecer, afirma José Luiz Acar Pedro, vice-presidente da Febraban. "Estamos estudamos um programa mais amplo de educação financeira para ser implementado".
Além do crédito para pessoas físicas, um dos temas destacado no relatório é a preocupação de 65% das instituições ouvidas com a destinação dos empréstimos para empresas com relação aos aspectos sociais. "As empresas que têm uma postura sócio-ambiental representam menores riscos de crédito, porque a preocupação de sustentabilidade ocupa a gestão da companhia como um todo".
Publicado desde 1993, o relatório foi elaborado com base em uma pesquisa respondida por 29 dos 111 associados da Febraban. Segundo Sonia Favaretto, diretora setorial de responsabilidade social e sustentabilidade, mais importante do que os números em si, é a manutenção da preocupação com as questões da sustentabilidade e a divulgação dessas práticas. "O relatório mostra que 73% dos bancos consideram aspectos ambientais na compra de materiais dos fornecedores e 77% possuem planos de redução de energia", afirma.