Título: Reflexo nas aéreas
Autor: Cristino, Vânia
Fonte: Correio Braziliense, 03/03/2011, Economia, p. 12

O avanço dos preços do petróleo nos últimos dias não deve gerar impacto forte nos preços das passagens aéreas, segundo avaliação do presidente da Azul Linhas Aéreas, Pedro Janot. O empresário, no entanto, não descartou reajustes nas tarifas em todo o mercado de aviação, caso o cenário de aumento do combustível persista. ¿O petróleo representa até 40% dos custos e a situação no Oriente não tem definição clara. Em um determinado momento, as companhias serão obrigadas a repassar isso aos clientes¿, afirmou.

A crise nos países árabes aumentou o preço do querosene de aviação (QAV) em 16,08% apenas este ano. Na terça-feira, a Petrobras comunicou novo aumento de 6,2%, segundo o Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea). Para a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês), as turbulências nos países produtores e o reajuste dos bilhetes devem reduzir pela metade os ganhos líquidos das companhias aéreas em todo o mundo.

Expectativa A margem média de ganhos de 2,9% deve cair para 1,4%, segundo a revisão de estimativas da instituição. O lucro líquido do setor deve somar, segundo a previsão da Iata, US$ 8,6 bilhões em 2011, inferior aos US$ 9,1 bilhões projetados em dezembro. A expectativa dos ganhos em 2010, em contrapartida, foi revisada de US$ 15,1 bilhões para US$ 16 bilhões.

As projeções consideram o preço médio do petróleo este ano em US$ 96 por barril ante US$ 79,4 em 2010, elevando os gastos do setor somente com os combustíveis de US$ 139 bilhões para US$ 166 bilhões. Para o diretor-geral da Iata, Giovanni Bisignani, cada dólar a mais no preço do barril representa acréscimo de US$ 1,6 bilhão para as companhias. O cenário já leva em conta a melhora das receitas de US$ 552 bilhões no último ano para US$ 594 bilhões.