Título: Crise reduz negócios com papéis dos emergentes
Autor: Lucchesi, Cristiane Perini
Fonte: Valor Econômico, 21/08/2008, Finanças, p. C2
Os negócios com títulos da dívida dos países emergentes no mercado secundário foram afetados pela crise de liquidez e solvência no sistema financeiro internacional. No segundo trimestre do ano foram a US$ 1,218 trilhão, queda de 31% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Emerging Markets Traders Association (EMTA).
Graças à ajuda do Fed, banco central americano, ao JPMorgan para comprar o Bear Stearns, o mercado melhorou e o segundo trimestre do ano foi ligeiramente mais movimentado do que o primeiro: o aumento no volume de negócios foi de 3% no período.
O giro nos mercados locais foi a US$ 827 bilhões, uma queda de 26% na comparação com 2007 e aumento de 2% em relação ao primeiro trimestre do ano. Os títulos no mercado externo movimentaram US$ 376 bilhões, redução de 37% na comparação com 2007 e crescimento de 4% em relação aos primeiros três meses do ano.
O grau de investimento obtido pelo Brasil ajudou e os títulos de dívida brasileira foram os mais negociados entre os países emergentes, representando 20% do volume negociado em 90 países analisados pela EMTA. Os papéis brasileiros giraram US$ 241 bilhões no segundo trimestre, uma queda de 20% na comparação com os US$ 302 bilhões do segundo trimestre de 2007 e um aumento de 1% na comparação com os US$ 239 bilhões do primeiro trimestre deste ano.
O Global 40 brasileiro continuou o título mais negociado entre todos os papéis de dívida de emergentes, com giro de US$ 20 bilhões no segundo trimestre do ano, o que representa, no entanto, uma queda de 63% em relação ao período de abril a junho de 2007 e de 33% em relação ao primeiro trimestre deste ano. No total dos eurobônus de emissores brasileiros, incluídas empresas, o giro no segundo trimestre chegou a US$ 69 bilhões.
Em instrumentos locais de dívida do Brasil, o giro foi de US$ 170 bilhões, na comparação com os US$ 103 bilhões do segundo colocado, a África do Sul, e com os US$ 73 bilhões do terceiro colocado, a Turquia. No total, a África do Sul subiu para a segunda posição, com giro de US$ 109 bilhões no segundo trimestre e participação de 9% na pesquisa. O terceiro maior giro veio da Argentina, com US$ 100 bilhões, fatia de 8% no mercado, segundo a pesquisa da EMTA.