Título: Discurso afinado com a equipe
Autor: Tahan, Lilian
Fonte: Correio Braziliense, 04/03/2011, Cidades, p. 24

O primeiro escalão do governo do Distrito Federal (GDF) se reuniu, na manhã de ontem, na residência oficial de Águas Claras. O governador Agnelo Queiroz (PT) convocou o encontro para fazer uma avaliação parcial dos dois primeiros meses de gestão. O objetivo foi acertar os ponteiros para poder apresentar mudanças significativas no balanço dos primeiros 100 dias, que é encarado como marco dos passos iniciais do mandato. ¿Estamos satisfeitos com os esforços feitos até agora. O que a gente realizou nesse período é mais do que muitos anos de administração. E é só o começo, porque todas as dificuldades foram superadas¿, disse Agnelo.

Durante a reunião, o governador expôs as principais medidas tomadas até agora, principalmente na Saúde. A área é o carro-chefe da atual gestão. Isso porque uma das promessas de campanha é promover mudanças significativas no serviço já nesse início de ano. Na avaliação do petista, o gabinete de crise e o estado de emergência possibilitaram diversas ações, como o mutirão de cirurgias de ortopedia e três transplantes de coração ¿ a mesma quantidade realizada durante todo o ano de 2010. ¿Inauguramos uma UPA (unidade de pronto atendimento) e vamos inaugurar mais três e até o fim do ano serão mais dez¿, conta.

Copa Agnelo ainda tratou dos esforços para trazer a abertura da Copa do Mundo para Brasília e a promoção de um relacionamento mais estreito com a base governista na Câmara Legislativa (CLDF). Uma das principais mensagens do governador foi para pedir a unidade de todos os secretários. A maioria não teve a oportunidade de apresentar os dados, mas afirmam ter saído com boa impressão do encontro. ¿Foi uma reunião de alinhamento¿, avalia o secretário de Ciência e Tecnologia, Gastão Ramos (PSB).

Esse foi o segundo encontro do ano com todos os gestores. A ideia é torná-lo mais frequente. ¿Hoje cada um já tem o domínio das pastas. Esses primeiros dias foram para limpar a casa, daqui para frente vamos começar a arrumá-la¿, diz o secretário de Habitação, Geraldo Magela (PT). Para tanto, o governo pretende fazer um planejamento estratégico para orientar as próximas ações. Uma delas é recuperar parte dos cargos comissionados a fim de restabelecer os serviços públicos.

Emergência No primeiro dia de governo, Agnelo baixou o decreto para declarar situação de emergência na Saúde pública, além da criação do Gabinete de Crise, que é formado por diversos órgãos do GDF.

Contratações serão graduais Depois de fazer um diagnóstico dos serviços prestados pelas administrações e secretarias do Executivo local, o governo revisou, nesta semana, a meta de contratação de servidores em cargos comissionados. A princípio, a administração de Agnelo Queiroz (PT) trabalhou com uma meta de congelar, pelo menos, 50% das funções em confiança, aquelas que não dependem de concurso público e são ocupadas por livre indicação do governador.

Dos 20 mil cargos à disposição, Agnelo nomeou, até agora, 9,6 mil servidores para esses cargos. Desse total, 61% são ocupados por funcionários concursados que assumiram postos de chefia. Na última quarta-feira, o secretário de Governo, Paulo Tadeu, revelou que as contratações vão chegar ao teto de 15 mil servidores. Essas nomeações, no entanto, serão feitas à medida que for necessário, sem que haja um prazo definido. O governo se comprometeu a congelar 5 mil vagas, o que vai gerar, segundo calcula Tadeu, uma economia de R$ 7,5 milhões ao mês. Todas as secretarias do GDF foram orientadas a produzir um estudo informando a situação do quadro de pessoal ao comando do Executivo. Com base nesses dados é que se darão as futuras nomeações de comissionados. (LT)