Título: Petróleo cai mais de US$ 6 e volta aos US$ 114
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Fonte: Valor Econômico, 25/08/2008, Empresas, p. B8
Os preços futuros de petróleo caíram fortemente na sexta-feira no mercado internacional, em movimento contrário ao do pregão de quinta-feira. Assim como no dia anterior, a trajetória da commodity na sexta-feira foi mais uma vez conduzida pela variação do dólar. A moeda americana voltou a se apreciar em relação ao euro e outras divisas, o que levou a cotação do petróleo a retroceder. Na quinta a commodity subiu mais de US$ 5 o barril.
O contrato de WTI negociado para o mês de outubro fechou com queda de US$ 6,59, para US$ 114,59. O vencimento para o mês seguinte encerrou o dia a US$ 115,14, com recuo no fim do dia de US$ 6,58. Em Londres, o barril de Brent para outubro fechou com queda de US$ 6,24, para US$ 113,92. O contrato para novembro encerrou o pregão cotado a US$ 115,17, com desvalorização de US$ 6,30.
Essa foi a maior queda diária desde 27 de dezembro de 2004, quando os preços caíram 6,47%. "As pessoas que estavam comprando ontem (quinta) estão realizando lucros hoje (sexta)", afirmou Peter Beutel, presidente da consultoria de operações Cameron Hanover, à agência Reuters.
A valorização da moeda americana tem sido a principal variável para o comportamento do barril de óleo cru, que é cotado em dólares. Os grandes investidores, que buscam ganhos e proteção no mercado de commodities quando a divisa está em baixa, acabam invertendo o rumo quando o dólar ganha valor frente ao euro.
Além do fator financeiro, os agentes levaram em consideração a redução dos riscos geopolíticos envolvendo a Rússia e a Geórgia. Reportagens informaram na sexta-feira que o governo russo estava finalizando a retirada de suas tropas na Geórgia. A tensão entre os dois países vinha alimentando cautela sobre a oferta de petróleo, pois a Rússia é o segundo maior produtor de cru do mundo.
Ainda ajudando a pressionar o petróleo um relatório mostrou que a produção da Opep é maior neste mês. "Uma produção maior da Opep em agosto também ajudou a pressionar o petróleo", afirmou Tom Bentz, analista do BNP Paribas Commodity Futures.
Também foi considerado favorável o fato de o oleoduto BTC, por onde passa o óleo vindo do Azerbaijão para a costa do Mediterrâneo, ter voltado a operar, segundo informações do governo turco. O duto estava interditado para reparos devido a um incêndio. (Com agências internacionais)