Título: Fed sinaliza possível alta de juros
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Fonte: Valor Econômico, 27/08/2008, Finanças, p. C2

A próxima alteração que o Federal Reserve (Fed, o BC americano) vier a fazer em sua taxa de juros, mantida em 2% ao ano desde abril (após sete cortes consecutivos) pode ser para cima, segundo a ata da reunião da última reunião do banco, realizada no último dia 5. A ata foi divulgada ontem.

"Um certo número de participantes da reunião mostrou preocupação com a possibilidade de que o núcleo da inflação [que exclui os preços dos alimentos e da energia] não consiga ficar moderado no próximo ano a menos que a posição da política monetária seja apertada mais cedo do que o esperado atualmente pelos mercados financeiros", diz o documento.

A reunião deste mês foi a segunda consecutiva de pausa nos cortes de juros. O banco reduziu a taxa entre setembro do ano passado e abril deste ano, na expectativa de, ao baratear o crédito, dar um estímulo à economia, afetada pelas crises nos mercados imobiliário, hipotecário e de crédito.

No comunicado divulgado após o anúncio da decisão o Fed destacou que apenas um integrante era a favor da alta, os outros votaram pela manutenção. No documento, o órgão explica que a preocupação com a inflação continua - apesar da expectativa que as altas se moderem no próximo ano -, mas ressalta o crescimento das exportações e dos gastos dos consumidores. Além disso, admite que os preços da energia, o enfraquecimento do mercado de trabalho e o mercado imobiliário devem pesar nos próximos quatro trimestre.

Na avaliação dos membros do Fomc (em inglês, Comitê Federal de Mercado Aberto) a atividade econômica americana "deve permanecer baixa por alguns trimestres". Além disso, o documento diz que a inflação continue a ser uma "significatica" preocupação, mas a opinião não foi consensual. "Alguns viram os riscos de alta da inflação como modestamente mais baixos (...) principalmente como resultado da queda nos preços do petróleo e de algumas outras commodities, bem como uma probabilidade maior de lentidão econômica persistente", diz o texto.