Título: OCDE prevê expansão menor de UE e Japão e vê melhora nos EUA
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Fonte: Valor Econômico, 03/09/2008, Internacional, p. A13

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revisou para baixo as projeções para o crescimento das maiores economias da Europa e também do Japão e elevou um pouco as expectativas em relação ao desempenho dos Estados Unidos para este ano.

Relatório divulgado ontem pela OCDE diz que a economia americana - centro da crise no mercado imobiliário e de crédito que acabou se alastrando pelo mundo - crescerá mais do que a média dos demais países do G-7, que reúne as economias mais industrializadas do mundo. O documento foca o desempenho dos países do grupo.

Em vez do 1,2% previsto em junho, a OCDE diz agora que os EUA crescerão 1,8%. Isso se deve, diz a entidade num relatório apresentado ontem, à redução da carga fiscal americana, assim como à expansão das exportações.

O Japão registrará um crescimento de 1,2% e não mais 1,7% como projetado antes. Apesar da redução no passo, o país conseguirá evitar uma recessão graças a uma esperada retomada parcial neste semestre, diz a OCDE.

Sobre os 15 países da zona do euro, o relatório diz que o crescimento médio será também inferior ao esperado de junho: em vez de 1,7%, 1,3%.

Assim como o Japão, grandes economias européias perderão fôlego mas também deverão evitar um quadro de recessão, classificado por dois trimestres consecutivos de crescimento negativo. As projeções para o crescimento do G7, como um todo, mantiveram-se em 1,4%.

O economista-chefe da OCDE, Jorgen Elmeskov, cita no entanto, que há "relativamente ampla" gama de projeções indicando o risco de que as quatro maiores economias da Europa - Alemanha, França Reino Unido e Itália - enfrentam o risco de encolher novamente neste trimestre. O documento não emprega a palavra "recessão" para nenhum dos países sobre os quais avalia. Nem mesmo para o Reino Unido, que segundo previsão da própria entidade passará por contração no terceiro e no quarto trimestres.

"O panorama para as maiores economias é de um segundo semestre bastante fraco", disse Elmeskov. "As continuas turbulências financeiras paercem refletir sinais cada vez mais claros da fragilidade da economia real, ela mesma, em parte, produto da redução do crédito e dos preços dos ativos."