Título: Furacão Gustav perde força e preço do barril de petróleo cai mais de US$ 4
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 02/09/2008, Empresas, p. B8
Os preços do petróleo caíram mais de US$ 4 por barril ontem. O principal motivo foi o arrefecimento do furacão Gustav, que passou pelo Golfo do México com violência, mas perdeu força ao tocar os Estados Unidos durante o dia de ontem, sendo reclassificado de nível 2 para nível 1 em uma escala de 1 a 5.
Com o feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos, apenas o pregão de Londres funcionou normalmente. O barril de Brent para o próximo mês fechou cotado a US$ 109,41, com queda de US$ 4,64. O vencimento para novembro declinou US$ 4,57, para US$ 110,81. De qualquer modo, os negócios no mercado eletrônico da Bolsa Mercantil Nova York também apontaram recuo de mais de US$ 4 nos contratos mais líquidos da commodity.
O Gustav chegou ao território americano nas proximidades da cidade de Cocodrie ainda na categoria 2, em uma escala até 5, mas foi rebaixado ao longo do dia para categoria 1.
Como consequência, os preços do barril despencaram, já que as previsões eram bem mais pessimistas em torno desse furacão, com estimativas de que ele chegasse à categoria 4, como o Katrina, que deixou 80% de Nova Orleans inundada e matou mais de 1,6 mil pessoas na costa do Golfo do México em 2005.
Naquele episódio, a estrutura petrolífera do Golfo foi bastante afetada e deu forte impulso para as cotações do óleo cru e derivados. A cautela em torno do Gustav fez com que cidades ameaçadas fossem evacuadas e as companhias locais fechassem a maior parte das operações. Até 50 mil soldados da Guarda Nacional foram autorizados pelo secretário de Defesa, Robert Gates, a ajudar nos trabalhos após a passagem do Gustav.
Na semana passada, antes mesmo do surgimento do perigo do Gustav para a produção americana, o mercado de petróleo vinha caindo. Na sexta-feira e no fim de semana, várias empresas petrolíferas paralisaram quase todas as suas atividades na região, que normalmente produz um quarto do petróleo norte-americano e 15% do gás natural do país. Até mesmo a Petrobras anunciou a redução da atividade na região.
Com a aproximação do Gustav, quase 2 milhões de pessoas fugiram da costa do golfo e apenas 10 mil teriam ficado em Nova Orleans. Mais de 11 milhões de moradores de cinco Estados americanos vêem-se ameaçados pelo furacão. (Com agências internacionais)