Título: Giro dos papéis também acompanha o crescimento
Autor: Pavini, Por Angelo
Fonte: Valor Econômico, 04/09/2008, Investimentos, p. D1

Além da maior presença no capital das empresas e no volume, o giro das ações ordinárias cresceu nos últimos anos. Ele ainda é menor do que o das preferenciais, uma vez que boa parte das ON está nas mãos dos controladores, mas vem aumentando nos últimos anos, afirma Fernando Exel, presidente da Economática.

Para calcular o giro de cada classe de ações, é preciso pegar o volume negociado em bolsa e comparar com o valor de mercado de cada tipo de papel. No caso das ordinárias, esse giro equivale, em um mês, a 2,9% do total de ações. "Ou seja, em um mês, o mercado negocia 2,9% do total de ON existentes", afirma Exel. Já no caso das preferenciais, o giro é maior, na casa dos 10% do valor de mercado. "Mas houve um crescimento grande no giro das ordinárias, que ficava na casa do 1,2% do valor de mercado em 2002", afirma Exel. Isso equivale a dizer que o giro das ON subiu 250%, de 1,2% para 2,9% em seis anos. Na mesma época, as preferenciais giravam 7,9% do total.

O crescimento maior do giro das ações ON se explica também pelo grande número de novas companhias no mercado com apenas papéis ON. "Com isso, muitas empresas têm hoje todo o 'free float' (parte do capital disponível para negociação em bolsa) em ações ON e, com o aumento de volume da bolsa, cresceu também o giro das ordinárias."

Exel lembra que ações preferenciais não são exclusividade do Brasil. México e Peru também têm classes com direitos diferentes. "Mas, nos Estados Unidos, essas ações sem voto representam de 5% a 10% do mercado e são vistas mais como quase uma renda fixa, por isso nem entram no cálculo do valor da empresa", explica Exel.