Título: Jobim acerta com TSE envio de até 900 homens para segurança no Rio
Autor: Basile, Juliano
Fonte: Valor Econômico, 05/09/2008, Política, p. A7

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou, ontem, que enviará entre 450 e 900 homens das forças federais para auxiliar na segurança do processo eleitoral no Rio de Janeiro. "Em até sete dias estaremos em campo", prometeu, em visita ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Será a primeira vez que o Exército manda tropas para evitar conflitos antes da data das eleições. Nas últimas eleições, em 2006 e 2004, foram enviadas tropas ao interior do Pará e para regiões amazônicas, dado o risco de iminência de conflitos, mas esses deslocamentos foram realizados apenas nos dias em que houve votações. Já no caso do Rio, o TSE concluiu que há a necessidade de tropas um mês antes do início do primeiro turno das eleições municipais.

O presidente do TSE, ministro Carlos Ayres Britto, recebeu informações de que milícias e traficantes patrocinam candidaturas próprias e têm dificultado a realização de campanha de adversários. Além disso, as milícias dizem aos eleitores que as urnas são passíveis de violação - afirmação que o TSE nega peremptoriamente -, coagindo o voto dos eleitores.

Segundo Jobim, existem 17 locais considerados problemáticos no Rio, onde as milícias atuam e inibem a campanha de adversários políticos. As forças federais poderiam atuar com presença constante nesses locais ou não. Para a presença constante seriam necessários 30 mil homens. Jobim explicou que, como as forças não têm esse efetivo, irão atuar com "mobilidade", e não pela onipresença. Ou seja, as forças ficarão à disposição e, caso surjam problemas, serão deslocadas imediatamente para a região de conflito.

O deslocamento das forças será realizado de acordo com requisições feitas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro. O TSE ainda terá de definir as chamadas "regras de engajamento". São as atitudes que os soldados devem ter durante a operação, como, por exemplo, se podem atirar ou prender pessoas.

A operação vai reunir homens do Exército, da Marinha e fuzileiros navais. O comando será da Coordenação de Operação de Segurança Integrada do Exército. "Essa operação é atípica visa a regularidade do processo eleitoral pré-dia de eleição", definiu o ministro da Defesa.