Título: Alckmin defende união com Serra e diz que saída de marqueteiro foi decisão pessoal
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 11/09/2008, Política, p. A10
O candidato à Prefeitura de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) defendeu ontem a união com o governador José Serra (PSDB) ao dizer que não existem "serristas" nem "alckmistas". A declaração foi uma resposta à divisão interna do partido, com o apoio de alguns tucanos à candidatura de Gilberto Kassab (DEM). "Não existem serristas nem alckmistas. Existem tucanos sociais democratas", disse Alckmin.
À tarde, o tucano fez corpo-a-corpo com eleitores na região do Jaraguá, zona norte da capital. Alckmin abraçou eleitores, acenou para cabos eleitorais de Marta Suplicy (PT) - que dividiam espaço entre os tucanos, autografou uma bíblia e chupou bala com uma eleitora.
O tucano evitou criticas aos adversários, mas alfinetou a tática utilizada por Marta e Kassab em estimular a comparação de gestões. "Campanha não pode ser feita com um farol voltado para o passado. Campanha se faz olhando para os próximos quatro anos", disse Alckmin. Sobre a saída do marqueteiro Lucas Pacheco, Alckmin se limitou a dizer que o publicitário "fez um bom trabalho" e que a decisão sobre o seu desligamento não teve motivação política. "Foi uma decisão pessoal", resumiu Alckmin.
Pacheco deixou a coordenação de comunicação de Alckmin na noite de terça-feira e culpou os tucanos ligados a José Serra pelas dificuldades encontradas na campanha. O marqueteiro foi substituído por Raul Cruz Lima, que assumiu a direção do programa de TV na tarde de ontem. O coordenador da campanha de Alckmin, Edson Aparecido, confirmou o nome do novo marqueteiro da campanha do tucano. Aparecido disse que Lima é "um excelente nome que entra para a campanha de Alckmin". "Vai ajudar a consolidar o nome do Geraldo no segundo turno".
Ontem - dia em que o PSDB tentaria unir-se em tomo do nome de Alckmin -, o secretário municipal de Esportes, o tucano Walter Feldman, pregou a aproximação de seus correligionários com o DEM. "A nossa grande tarefa agora é resgatar a aliança. A aliança que deu certo nas campanhas, nos governos, precisa ser resgatada. Ao ser resgatada, a chance daquele que for para o segundo turno para enfrentar a Marta é extraordinária", afirmou.
Feldman é um dos tucanos mais engajados na candidatura Kassab, cujo padrinho político é o governador José Serra (PSDB), que trabalhou nos bastidores para lançá-lo à reeleição como cabeça de chapa, com o PSDB escolhendo o vice.
Alckmin, no entanto, lutou para ser o nome da legenda na disputa municipal. Serra, durante a convenção que confirmou o ex-governador como representante tucano, firmou apoio ao colega. Mas, desde então, tem aparecido raramente na campanha de Alckmin.
O secretário também comentou a saída do publicitário responsável pela campanha do ex-governador sem citá-lo diretamente. Lucas Pacheco diz que sua saída é culpa de dificuldades impostas por tucanos ligados a José Serra.
"O pior momento da vida de uma pessoa é buscar culpados. [...] É um mecanismo psicológico que você, para se proteger, culpar os outros", afirmou Feldman, que acompanhou Kassab em vistoria de uma unidade de esportes na zona sul. O prefeito evitou comentar tanto o jantar tucano de ontem quanto às declarações do ex-marqueteiro de Alckmin. "Não vou comentar a campanha" de meus adversários", disse. (Com agências noticiosas)