Título: Petrobras vai contratar 10 plataformas para produção
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Fonte: Valor Econômico, 16/09/2008, Empresas, p. B9
A Petrobras anunciou ontem que a diretoria-executiva da empresa aprovou a contratação de 10 novas plataformas de produção de petróleo para serem utilizadas nas áreas do pré-sal, na Bacia de Santos. As unidades são do tipo FPSO, plataformas flutuantes que produzem, estocam e escoam petróleo. O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, disse que o objetivo é criar uma produção em série de cascos no pólo naval de Rio Grande (RS). Julio Bittencourt/Valor Gabrielli, presidente da estatal, disse que o objetivo é criar a produção em série de cascos no pólo naval de Rio Grande
No município, a Petrobras contratou a construção de um dique-seco de grandes dimensões para construir plataformas. Gabrielli não quis falar sobre valores das plataformas pois ainda serão licitadas. Os valores dependerão das ofertas das empresas participantes e haverá negociação. Perguntado se a indústria de bens e serviços do país tem capacidade de atender a encomenda, Gabrielli disse que nos últimos cinco anos a indústria deu uma resposta "fantástica", superando as exigências de conteúdo local e continuará a fazê-lo.
Segundo comunicado divulgado pela estatal, as duas primeiras plataformas serão afretadas de terceiros, terão alto índice de conteúdo nacional e serão destinadas a projetos-piloto de desenvolvimento. A capacidade de produção diária de cada unidade será de 100 mil barris de petróleo e 5 milhões de metros cúbicos de gás natural. As unidades serão instaladas em 2013 e 2014, em locações ainda por definir, na área do pré-Sal.
As outras oito unidades de produção serão de propriedade da Petrobras e terão capacidade de produção diária de 120 mil barris de petróleo e 5 milhões de metros cúbicos de gás natural e serão instaladas em 2015 e 2016.
Fontes da indústria estimam que a licitação do casco da primeira plataforma, que será construído por empresas que depois alugarão a unidade à Petrobras, deve ser realizada em outubro. A unidade seria destinada à área de Iara, onde a Petrobras anunciou, semana passada, reservas recuperáveis entre 3 bilhões e 4 bilhões de barris de petróleo e gás equivalente.
A segunda unidade a ser construída e afretada à Petrobras seria licitada em março de 2009, segundo as fontes. Quatro empresas estariam na disputa para a construção das duas unidades. O custo de cada uma delas situa-se em cerca de US$ 1,5 bilhão, sendo que só o custo do casco é próximo aos US$ 450 milhões.
As fontes avaliaram que a indústria nacional de bens e serviços tem condições de atender à encomenda nos prazos previstos. Um executivo disse que a Petrobras deve exigir conteúdo nacional de 65% no "top side", a superestrutura da plataforma. Mas esse índice excluiria uma série de instalações que, no fim, terminaria por reduzir o conteúdo nacional das plataformas. Já as oito plataformas que serão de propriedade da Petrobras têm custo unitário estimado por empresários do setor entre US$ 1,7 bilhão e US$ 1,8 bilhão.
No comunicado, a Petrobras informou que as plataformas serão montadas em série. A primeira etapa será a construção dos cascos no dique-seco de Rio Grande, alugado pela Petrobras pelo período de dez anos. Segundo a estatal, os módulos de produção, a serem instalados sobre os cascos, serão definidos futuramente, após a implantação dos projetos-piloto e do teste de longa duração. As 10 plataformas vão operar em águas ultraprofundas, entre 2.400 e 3.000 metros. (FG e CS)