Título: Belém terá o primeiro posto de abastecimento dentro de dois anos
Autor: Raimundo José Pinto
Fonte: Gazeta Mercantil, 17/09/2004, Gazeta do Brasil, p. B-14

O governo do Pará espera que até o final de 2006 esteja funcionando em Belém o primeiro posto de abastecimento de gás natural veicular (GNV), com capacidade para abastecer uma frota de 300 táxis por dia. Esse gás deverá ser transportado a partir da reserva existentes no rio Uatumã, em Silves, no estado do Amazonas, por ser a alternativa mais viável a curto prazo. Isso se forem bem sucedidas as iniciativas que o governo do estado está tomando, junto com outros setores, para garantir a inserção do gás natural na matriz energética do Pará. Esta foi uma das principais conclusões de uma reunião realizada anteontem em Belém, quando foram detalhados os termos do acordo assinado em julho entre o governo estadual, a Petrobrás Gás (Gaspetro) e a Termogás, com o objetivo de estudar a viabilidade de utilização dessa alternativa. De acordo com o secretário estadual de Produção, Vilmos Grunvald, até o final de 2004 deverá estar pronta uma proposta, a ser encaminhada à Assembléia Legislativa, que vai definir o agente que vai cuidar dessa questão do gás no estado, se através de uma concessão ou da criação de uma estatal, como existe em outros estados. Outra alternativa para viabilizar o abastecimento de gás natural no estado, desta vez levando-se em conta grandes consumidores, como as indústrias, seria estender o Gasoduto Meio Norte, planejado para ser construído entre Pecém, no Ceará, e Açailândia, no Maranhão, até Belém. Esse projeto, que deverá começar a ser executado no próximo ano, está sendo desenvolvido pelas duas empresas que assinaram o termo de cooperação com o governo paraense, a Gaspetro e a Termogás, em associação com as companhias de gás do Piauí e do Maranhão. Esse sistema passará a integrar então o chamado gasoduto de unificação, que interliga boa parte do País. A primeira iniciativa para o gás no Pará foi tomada em 1995, quando outro protocolo de intenções foi assinado entre o governo estadual, a Petrobrás e a Federação das Indústrias, que previa a utilização do gás de Urucu, no Amazonas, mas que até hoje ainda não começou a ser explorado comercialmente. Depois levantou-se a possibilidade de produção de gás na costa Norte pela British Petroleum, o que também não ocorreu, embora a BP continue fazendo prospecção na região. A BP estava na iniciativa para importação de gás de Trinidad e Tobago, dentro de um projeto de instalação de uma planta termelétrica em Barcarena, distrito industrial próximo a Belém, que também não foi adiante. O próprio secretário Vilmos Grunvald reconheceu que o estado está isolado nessa questão e que é preciso chegar a uma solução. O secretário de Indústria, Comércio e Mineração, Ramiro Bentes, afirmou que o mercado potencial de gás natural no Pará é de cerca de 1,485 milhão de metros cúbicos por dia, sendo a maior parte para o consumo industrial. O setor automotivo, que o governo estadual considera prioritário neste momento, pelo aspecto social que envolve, tem um mercado potencial de 40 mil metros cúbicos diários. Segundo o presidente do Sindicato dos Taxistas do Pará, Alam Castro dos Santos, a frota na região metropolitana de Belém é de 5.400 táxis. Ele disse que o Pará precisa com urgência do gás veicular, que já está implantado em 14 capitais, com 400 postos de abastecimento em funcionamento.

kicker: O estado do Pará deverá integrar-se ao Gasoduto Meio-Norte em 2005