Título: Empresas da AL priorizam investimentos no Brasil
Autor: Saito, Ana Carolina
Fonte: Gazeta Mercantil, 24/09/2008, Nacional, p. A5

São Paulo, 24 de Setembro de 2008 - O crescimento do mercado consumidor colocou o Brasil como principal destino de investimentos de empresas latino-americanas nos próximos anos. Segundo pesquisa realizada pela KPMG, o País está nos planos de investimentos em 2009 de 21% dos 137 executivos de multinacionais das sete maiores economias da região - México, Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Peru e Venezuela. Com esse percentual, aparece À frente dos Estados Unidos, em segundo lugar com 19% das intenções, e dos demais países do Bric - China, Índia e Rússia. O Brasil também segue na liderança para os investimentos a longo prazo. Para daqui a cinco anos, 19% dos executivos declaram que pretendem investir no País. O mercado norte-americano permanece na segunda posição, com 15%, seguido do México, Argentina e Peru, todos com 10%, segundo a pesquisa. "O Brasil está vivendo um grande momento, em que o consumo está se ampliando. Tem uma camada grande da população entrando no mercado de consumo e isso está atraindo investimentos", comenta Diogo Ruiz, sócio responsável pela prática de Impostos da KPMG no Brasil, ressaltando que o País tem não só potencial para receber aportes mas também para investir em outros mercados. A pesquisa mostra ainda que os investimentos previstos pelos executivos se concentram na América Latina. Do total de decisões, 63% referem-se a aportes na região no próximo ano. Segundo Jose Aldrich, sócio de Impostos responsável pela região Ibero-América da KPMG, o Brasil está na mira dos empresários da Argentina e Chile, enquanto os brasileiros buscam fortalecer os seus negócios, principalmente, nos Estados Unidos e Europa. "Alguns países menores focam mais em países mais próximos. Já México e Brasil também apostam na expansão fora da região", afirma. O mercado brasileiro se destaca como principal alvo de investimentos do setor indústria e manufatura. De acordo com o estudo da KPMG, 26% dos executivos do setor afirmaram que planejam investir no País no próximo ano. Em seguida, figuram Chile e China, ambos com 17% das intenções de investimentos. Em cinco anos, o Brasil também está no topo do ranking do setor, com uma parcela de 26% das empresas com planos de aportes. No período, a Argentina aparece na segunda colocação, com 14%, seguida pelo México (13%). No setor de serviços, o País é superado apenas pelos Estados Unidos. Para o próximo ano, 17% dos executivos declaram que pretendem investir no Brasil, contra 28% que preferem os EUA. Para 2014, os EUA contam com 20% das intenções de investimentos e o mercado brasileiro com 11%, aponta a pesquisa realizada pela KPMG. Liquidez De acordo com Ruiz, a pesquisa, realizada entre junho e julho deste ano, demonstra intenção de investimento independente da atual crise financeira norte-americana. "Há muitas empresas capitalizadas e fundos de pensão com muita liquidez para investir", afirma o sócio da KPMG. "O que os está levando a optar por esses países é o excesso de liquidez. O foco é investir em projetos novos e na conclusão de projetos em andamento", diz. A empresas têm como objetivo a expansão dos negócios e a consolidação da posição conquistada na região. Segundo a pesquisa, 61% das empresas latino-americanas consultadas pela KPMG já realizaram investimentos nos países onde pretendem promover novos projetos. Do total de decisões de aportes, 49% serão feitos de forma direta pelas empresas, mas uma parcela expressiva, 25%, envolverá aquisições e outros 18%, joint ventures. Além do acesso a novos clientes, os executivos apontam que estabilidade política e incentivos fiscais pesam na decisão de investimento. Considerando o sistema tributário, 20% indicaram os incentivos a investimentos ou redução de impostos como fator mais importante e 22%, a estabilidade. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 5)(Ana Carolina Saito)