Título: Nova Constituição do Equador é aprovada, informa boca-de-urna
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 29/09/2008, Internacional, p. A14

Quito e Guayaquil, 29 de Setembro de 2008 - O presidente do Equador, Rafael Correa, obteve um amplo respaldo ao projeto constitucional de caráter socialista no referendo de ontem, de acordo com pesquisas de boca-de-urna realizadas até às 16h (horário local, 18h de Brasília). A pesquisa da empresa Santiago Pérez, contratada pelo governo, estimou que 66% dos votos foram favoráveis à nova Constituição. O estudo privado Cedatos-Gallup, contratado por meios de comunicação local, apontou vitória por 70%. Correa afirmou que "respeitará e fará respeitar" os resultados do referendo sobre o projeto oficial da 20 Constituição do país. "A decisão que o povo equatoriano de hoje vai definir o modelo de sociedade que teremos daqui em diante", afirmou ontem o presidente na cerimônia antes da abertura da votação. "Os resultados serão para nós sagrados, serão uma ordem que cumpriremos com responsabilidade histórica, que respeitaremos e faremos respeitar com todas as ferramentas da democracia", acrescentou. A votação do referendo sobre o projeto oficial da nova Constituição do Equador começou às 7h local (9h de Brasília) e foi encerrada às 17h. Cerca de 9,7 milhões de equatorianos estão habilitados para votar a favor ou contra a nova Carta, elaborada durante oito meses pela maioria governista e impulsionada por Correa, que anunciou na semana passada a expulsão da construtora brasileira Odebrecht devido aos problemas na central hidrelétrica San Francisco, a primeira no mundo totalmente subterrânea. A missão de observadores internacionais da Organização dos Estados Americanos (OEA) enviada ao Equador anunciou que o referendo ocorre "em normalidade" e "sem nenhum contratempo". "Há uma palavra que poderíamos usar: normalidade", disse o chefe da delegação de observadores da OEA, o chileno Enrique Correa. Depois de 20 meses no poder, Correa conserva alto nível de popularidade, sobretudo entre a maioria pobre do país, ao qual destinou projetos sociais multimilionários financiados com a receita do petróleo. Uma vez aprovada, a Carta estabelece um período de transição que se concluirá com eleições antecipadas em fevereiro, nas quais serão eleitos um novo presidente e membros do Poder Legislativo. Rafael Correa poderia se candidatar e ser reeleito e permanecer no poder até 2017. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 14)(AFP, Ansa e Reuters)