Título: Congresso chega a acordo e sai operação de socorro inicial
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 29/09/2008, Internacional, p. A16

Washington, 29 de Setembro de 2008 - Os líderes do Congresso dos Estados Unidos e a administração de George W. Bush chegaram a um acordo inicial na tarde de ontem sobre o que pode se tornar a maior operação de salvamento da história americana, autorizando o Tesouro a comprar US$ 700 bilhões em dívidas podres de instituições financeiras em uma intervenção para evitar o colapso econômico no país. O projeto de 106 páginas, que tem o objetivo de acalmar uma crise de crédito em processo de crescimento, veio depois de uma semana frenética de negociações políticas e ainda enfrentava alguma resistência dos legisladores tanto da esquerda quanto da direita que o retratavam com uma corrida perigosa ao julgamento econômico. Mas os líderes de ambos os partidos na Câmara e no Senado estavam se movimentando para apoiar a legislação, que eles disseram estar significativamente melhorada em relação à proposta inicial da administração Bush. O presidente americano fez um novo apelo ao dizer que o pacote de ajuda para Wall Street fornece as ferramentas e os recursos para proteger a economia do país de uma quebra geral. Ele expressou confiança de que o plano será aprovado rapidamente. "Esse plano envia um forte sinal ao mundo de que os EUA estão agindo seriamente na restauração da confiança e da estabilidade do nosso sistema financeiro", disse Bush em um comunicado. "Sem o plano de resgate, os custos para a economia norte-americana seriam desastrosos." A legislação proposta prevê o desembolso por etapas dos US$ 700 bilhões. Os primeiros US$ 250 bilhões sairiam com a lei oficializada. Outros US$ 100 bilhões seriam liberados se o presidente decidisse ser necessário. Os US$ 350 bilhões restantes estariam sujeitos a uma nova avaliação do Congresso. Em alguns casos, o governo receberia uma participação em instituições que buscam por socorro, permitindo que os contribuintes lucrem caso o plano de socorro funcione e as empresas privadas prosperem nos próximos meses ou anos. A Casa Branca também concordou que um painel do Congresso faça a fiscalização rigorosa do programa e também com as leis relativas a conflitos de interesse em relação às empresas contratadas pelo Tesouro a fim de ajudar a administrar o programa. O governo havia inicialmente pedido plenos poderes para operar o pacote de salvamento. O projeto inclui limites para pagamentos para alguns executivos cujas empresas buscam por ajuda e exige que o governo faça uso do seu novo papel como proprietário de títulos lastreados por hipotecas para agir de forma mais agressiva a fim de evitar as execuções. O candidato democrata à Casa Branca, Barack Obama, emitiu ontem comunicado no qual declarou apoiar o pacote. O candidato republicano John McCain, afirmou ontem que esperava apoiar o plano. "Espero que sim", afirmou o senador por Arizona a um programa de televisão. Ele disse que o acordo seria algo que as pessoas teriam que "engolir" e seguir em frente. A presidente da Câmara dos Deputados, a democrata Nancy Pelosi, disse que o acordo deverá ser aprovado hoje pela Câmara. O senador republicano Judd Gregg disse que a Câmara dos Deputados deve votar o plano de resgate hoje e acrescentou esperar que o Senado também o faça na mesma data. Mas fontes próximas às discussões disseram que o Senado não votará antes de quarta-feira. O Senado enfrenta problemas mais complexos. Os líderes precisam determinar se algum senador considera obstáculos processuais para desacelerar o processo. Além disso, hoje é feriado judaico. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 16)(The New York Times e Reuters)