Título: Queda de 3% na indústria paulista
Autor: Assis, Jaime Soares de
Fonte: Gazeta Mercantil, 30/09/2008, Nacional, p. A8

São Paulo, 30 de Setembro de 2008 - A expansão da indústria paulista perdeu força em agosto. O Indicador do Nível de Atividade (INA) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) registrou uma queda de 3% no mês passado em comparação com o resultado de julho. No acumulado do ano, o crescimento, sem ajuste sazonal, ficou em 8,3%, comparado ao intervalo de janeiro a agosto no ano passado. No período de 12 meses a variação é de 8,5%. A retração registrada em agosto é atribuída a dois fatores, segundo Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp. O primeiro deles se refere ao efeito provocado pela longa convivência com uma taxa de câmbio sobrevalorizada que promoveu um aumento do percentual de produtos importados na atividade industrial. "Este coeficiente significa um aumento do percentual de produtos importados no consumo em detrimento da produção doméstica", afirma Francini. Outro fator é a evolução do crédito que está mais restrito, do lado da oferta. Crédito restrito Segundo Francini, ocorre uma redução do crédito total na margem que fez com que a expansão que chegou a cerca de 28%, em termos reais, em abril deste ano, sofresse uma redução para 21,7% julho deste ano. Este encolhimento levou uma parte do crescimento da demanda que era garantida pelo financiamento concedido à pessoa física. Os próximos dados do INA deverão refletir esta redução do crédito em razão da crise. um outro cenário amplo referente ao crédito. Este é um dos efeitos perversos da crise, de forma ampla. A crise mundial deve ter um efeito maior em setembro do que em agosto. O próximo INA que será divulgado em setembro, o peso da retração do crédito se refletirá com mais intensidade. No período de março a julho o Depecon apurou também uma queda no índice de difusão, que mostra os setores industriais que se encontram em crescimento ou redução de atividade Segundo Paulo Francini, "hoje só 46% dos setores estão com taxa de crescimento no período de 12 meses. Este número já foi entre 60 e 75%", informou. De um total de 17 setores, apenas dois - de coque, refino de petróleo, combustíveis nucleares e produção de álcool e o de equipamentos de escritório e informática -- cresceram em agosto. O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) ficou em 82,6% em agosto, percentual igual ao do mesmo mês no ano passado. Esta contração da difusão deverá induzir o INA para baixo. Esta diminuição, segundo Francini, reflete "a perda de vigor do processo que vínhamos tendo e fez com que o número de setores com taxa de crescimento diminua", diz Francini. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 8)(Jaime Soares de Assis)