Título: Mercado aguarda plano alternativo
Autor: Monteiro, Viviane
Fonte: Gazeta Mercantil, 30/09/2008, Finanças, p. B6
30 de Setembro de 2008 - A recusa da Câmara dos Deputados norte-americana em aprovar o pacote de US$ 700 bilhões destinado a salvar os bancos do país não impede que outras soluções para sanar a crise de crédito estejam sendo gestadas. É essa a principal expectativa de economistas e analistas de mercado. "Imagina-se que as autoridades econômicas dos Estados Unidos estejam trabalhando com a montagem de um plano B e que não o tenham colocado à mesa por questões políticas", diz o consultor de investimentos do Real Private Banking, Delano Marques. Em sua avaliação, não há como prever em quanto tempo a economia mundial irá se recuperar caso nenhum tipo de socorro seja aprovado. "Com o pacote, em um ou dois anos a economia deveria retomar fôlego. Sem ele, não há como estimar nada com alguma margem de segurança", diz. Para Marques, o agravamento da crise deve fazer com que o Banco Central (BC) volte a utilizar mecanismos para gerar liquidez às instituições financeiras. O BC irrigou o sistema na semana passada com cerca de R$ 13 bilhões ao prolongar prazos e volumes de recolhimento de depósitos compulsórios. Também é provável, segundo o consultor, que a autoridade monetária brasileira volte a ofertar dólares que integram parte de suas reservas. Reflexos na economia real A alta da moeda norte-americana deverá impactar os custos dos produtos importados para o Natal. Segundo o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto Castro, a alta do dólar não será suficiente para segurar o ritmo das exportações. "A solução mais adequada será os bancos centrais sustentarem o déficit para aumentar a liquidez", afirma. "Não há melhor hipótese ou então o mercado financeiro vai entrar em colapso, teremos uma restrição de crédito", alerta o executivo. A percepção negativa que uma grande parcela da população americana tem do pacote financeiro poderá provocar um desenlace complicado para os Estados Unidos, afetando os demais mercados do mundo, na avaliação do diretor da CSN, Charles Laganá. (Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 6)(Luciano Feltrin Thais Costa e Regiane Oliveira)