Título: Preços fecham semana em alta por temor de furacões
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Fonte: Gazeta Mercantil, 20/09/2004, Energia, p. A-5

O preço do petróleo aumentou na sexta-feira 3,9% em Nova York e terminou acima de US$ 45 o barril por conta de temores de que os recentes furacões e tempestades afetem as reservas e a produção. Na Bolsa de Mercadorias de Nova York, o preço dos contratos para entrega em outubro do óleo tipo WTI fechou cotado em US$ 45,59, após uma alta de 3,89%. Na Bolsa Internacional do Petróleo, em Londres, o barril do óleo Brent terminou em US$ 42,45, após uma alta de 4,17%. Os contratos de gasolina para entrega em outubro subiram em mais de quatro centavos e fechou cotado em US$ 1,27 por galão (3,7 litros). O preço dos contratos de gasóleo de calefação subiu cerca de três centavos e ficou em US$ 1,26 por galão.

O comportamento do mercado nova-iorquino, na sexta-feira, manteve a tendência de alta, iniciada no dia anterior, na medida em que as compras se aceleraram, o que reflete a inquietação dos operadores pela evolução a curto prazo da oferta e da produção nos Estados Unidos. Pela primeira vez em três semanas, o petróleo WTI fechou acima de US$ 45 o barril, após tocar US$ 45,80 durante a última sessão da semana.

Os operadores preferiram cobrir posições por conta do efeito que o furacão Ivan e outros fenômenos meteorológicos pudessem ter no fluxo de fornecimento para o mercado americano. Ivan provocou durante a semana a evacuação de 71% das plataformas petrolíferas situadas no Golfo do México e reduziu a produção nessa área em cerca de 4 milhões de barris entre segunda e quinta-feira.

Além disso, o furacão impediu o descarregamento de petroleiros nos portos da região sul dos Estados Unidos e também no terminal marinho em frente à costa de Louisiana, um dos pontos mais importantes para o abastecimento de petróleo às refinarias e a chegada de produtos energéticos de importação.

Os especialistas não descartavam também que a tempestade tropical Jeanne, que já havia afetado fortemente a República Dominicana e Porto Rico, se transformasse em um novo furacão. Também observavam a evolução de outra depressão, batizada como Karl, que estava na sexta sobre águas do Atlântico e que poderia transformar-se no sexto ciclone da temporada. O temor é de que estes fenômenos pudessem atrasar ainda mais a chegada de navios-tanque a seus destinos e a entrada de mais petróleo no mercado americano, o de maior consumo em nível mundial.