Título: Importações caem em setembro, diz Barral
Autor: Monteiro, Viviane
Fonte: Gazeta Mercantil, 02/10/2008, Nacional, p. A5
Brasília, 2 de Outubro de 2008 - O ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior informou que o impacto da crise financeira internacional ainda não é visível na balança comercial do Brasil. Porém, o setor poderá "sentir" o impacto dentro de 60 dias ou 90 dias. Mas o Brasil importou menos em setembro em relação ao mês anterior. A cifra somou US$ 17,2 bilhões, 1,23% sobre os US$ 17,4 bilhões apurados em agosto - a primeira queda deste ano. Mas o volume é 62,26% maior que o apurado em setembro do ano anterior e é o segundo maior deste ano. O ministério atribuiu a queda das compras feitas no exterior ao menor desembarque de petróleo e a queda dos preços da commoditie. Em setembro, as exportações brasileiras somaram US$ 20 bilhões e alcançaram o segundo maior valor mensal deste ano e o segundo maior da história, perdendo apenas para julho último quando somaram US$ 20,451 bilhões. O volume cresceu 1,52% sobre agosto e 41,8% em relação a igual mês de 2007. Com isso, o superávit comercial somou US$ 2,7 bilhões em setembro. A cifra superou a de R$ 2,2 bilhões obtidos no mês anterior e ficou abaixo dos US$ 3,4 bilhões registrados em setembro do ano passado. Por média diária, o Brasil comprou US$ 910 milhões durante os 22 dias úteis de setembro. O número representa 3,19% menos que o observado nos 21 dias úteis de agosto, de US$ 940 milhões, ainda que seja 22,1% maior que o mesmo mês de 2007. Fato semelhante aconteceu com a média diária das importações, que foi de US$ 784,7 milhões, 5,7% acima do observado no mês anterior e alta de 39,5% sobre setembro do ano passado. Ao divulgar o resultado da balança comercial de setembro, o secretário de comércio exterior do ministério, Welber Barral, considerou o resultado do superávit comercial "satisfatório" para o período, disse que ainda é cedo para afirmar se a redução das importações em setembro, bem como das médias diárias tanto das exportações quanto das compras ao exterior é reflexo da crise financeira internacional. "Vamos esperar os próximos capítulos", disse. "Ainda é muito cedo para saber se é o reflexo da crise; pode haver efeitos (da crise na balança comercial) dentro de 60 e 90 meses (com aumento do custo dos novos contratos de Adiantamentos sobre Contratos de Câmbio (ACC)", estimou. Os contratos são feitos nos empréstimos financeiros para os produtos exportados. Até setembro, tanto as exportações como as importações brasileiras atingiram cifras inéditas. As vendas ao exterior somaram US$ 150,8 bilhões, 29% mais que o apurado em igual período do ano passado. É resultado do aumento de preços das commodites? Barral responde que a quantidade exportada está estabilizada. Enquanto isso, as compras no mercado internacional mantiveram a velocidade mais acelerada do que os gastos. Somaram US$ 131,212 bilhões, 53% maior, na mesma base de comparação. Ao considerar o resultado positiva, Barral afirmou que as vendas externas até setembro já estão bem próximas dos US$ 202 bilhões previstos para este ano, número revisado para cima recentemente. O saldo comercial nos primeiros nove meses deste ano caiu36,5%, para US$ 19,6 bilhões. Barral diz que as importações brasileiras ainda são positivas, pois grande parte é de bens de capital, para atualizar o parque produtivo. Segundo Barral, as exportações brasileiras para os Estados Unidos ainda não foram prejudicadas pela crise financeira de lá. Em setembro, as vendas totalizaram US$ 3,1 bilhões, ante US$ 2,4 bilhões em agosto. A média diária cresceu 23% para US$ 114 milhões. Mas se "expurgar" as vendas pontuais de plataformas de petróleo, tal taxa cai para 3,4%. "As vendas brasileiras cresceram para os Estados Unidos, ao contrário de outros países; mas esse aumento significativo foi pontual". (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 5)(Viviane Monteiro)