Título: Impacto da crise será em 2009
Autor: Severo, Rivadavia
Fonte: Gazeta Mercantil, 08/10/2008, Nacional, p. A5

Brasília, 8 de Outubro de 2008 - O economista-chefe da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, avalia que as medidas adotas pelo governo para conter a contaminação da crise financeira internacional no País estão corretas, mas têm dúvidas quanto à efetividade das medidas em relação a sua extensão. Castelo Branco observa que a economia mundial está interligada e que mais cedo ou mais tarde a crise financeira vai ter efeitos na economia real, mas que isso não deverá ocorrer neste ano. A crise só é esperada na indústria para 2009. "O problema é de empossamento do crédito e crise de confiança entre os bancos internacionais", avalia Castelo Branco. Mas isso não terá efeito sobre o desempenho da indústria brasileira em 2008, porque ela já está contratada até o final do ano. BNDES De acordo com o economista da Confederação Nacional da Indústria, a decisão da área econômica do governo, de utilizar linhas de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimen-to Econômico e Social (BNDES) é positivo, mas o volume de crédito interno pode ser insuficiente para regar as exportações da indústria. "Substituir fontes internas por externas não é trivial e nem rápido", pondera Flavio Castelo Branco. Castelo Branco disse ainda que o governo deveria "dar uma parada" na elevação dos juros básicos, a taxa Selic, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, para observar a evolução das taxas de juros internacionais. Além disso, sugere o economista, o governo deve reverter a tendência de aumento nos gastos públicos para destinar mais recursos à produção do setor industrial. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 5)(Rivadavia Severo)