Título: Mercado prevê expansão menor no próximo ano
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 07/10/2008, Nacional, p. A6

São Paulo e Brasília, 7 de Outubro de 2008 - O mercado financeiro reduziu a estimativa para o crescimento da economia brasileira em 2009 pela segunda vez seguida, mas também espera inflação mais moderada no próximo ano. De acordo com levantamento do Banco Central divulgado ontem, o País deve crescer 3,50% em 2009, levemente abaixo dos 3,55% estimados na semana anterior. Para 2008, a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) subiu a 5,20%, ante 5,18% na pesquisa anterior. No cenário de inflação, os cálculos dos analistas indicam alta de 6,14% para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2008 - mesma taxa da pesquisa passada - e de 4,85% em 2009, levemente abaixo dos 4,90% estimados anteriormente. A meta de inflação definida pelo governo para os dois anos é de 4,5%, com margem de variação de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo. Mais aperto monetário Analistas também mantiveram a aposta na continuidade do ciclo de aperto monetário, iniciado pelo Banco Central em abril. Pela pesquisa, a Selic deve chegar a 14,75% em dezembro, um ponto percentual acima do patamar atual. Em 2009, entretanto, os economistas consultados pelo BC esperam redução da taxa básica de juros. Para dezembro do próximo ano, as projeções indicam que a Selic estará em 13,50%, abaixo dos 13,75% estimados na pesquisa anterior. Dólar a R$1,80 A projeção de analistas de mercado para o valor do dólar no fim deste ano passou de R$ 1,70 para R$ 1,80. Para 2009, a estimativa foi elevada de R$ 1,77 para R$ 1,82, de acordo com o boletim Focus. A elevação das expectativas ocorre depois da valorização do dólar em relação ao real. Na última sexta-feira, a cotação da moeda americana subiu 1,14% frente ao real e fechou o dia cotada em R$ 2,044. Ontem, a moeda norte-americana fechou cotada a R$ 2,200, em alta de 7,53%. É o maior patamar de fechamento desde setembro de 2006. Para o superávit comercial (saldo positivo das exportações menos as importações) os analistas mantêm a estimativa de US$ 23,70 bilhões, em 2008, mas projetam US$ 12,70 bilhões em 2009, pouco mais do que os US$ 12,45 bilhões da pesquisa anterior feita pelo BC. No acumulado do ano até a primeira semana deste mês, o superávit comercial ficou em US$ 19,785 bilhões, valor bem menor do que o registrado no mesmo período do ano passado (US$ 31,427 bilhões), segundo dados divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. As exportações estão em US$ 153,429 bilhões e as importações, em US$ 133,644 bilhões. Na primeira semana de outubro, com apenas três dias úteis, o país registrou exportações de US$ 2,561 bilhões e importações de US$ 2,432 bilhões, o que levou ao saldo comercial de US$ 129 milhões. A projeção dos analistas consultados pelo BC para o déficit em transações correntes (todas as operações do Brasil com o exterior) passou de US$ 28,05 bilhões para US$ 29 bilhões neste ano e foi ajustada de US$ 36 bilhões para US$ 34 bilhões em 2009. Os analistas mantiveram a expectativa para o investimento estrangeiro direto de US$ 35 bilhões em 2008 e em US$ 30 bilhões no próximo ano. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 6)(Reuters e Agência Brasil)