Título: Lula analisa crise financeira e diz que País não pode vacilar
Autor: Scrivano, Roberta
Fonte: Gazeta Mercantil, 06/10/2008, Política, p. A9

São Paulo, 6 de Outubro de 2008 - Depois de votar, na manhã de ontem em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a afirmar que a crise financeira mundial chegou ao Brasil "como uma pequena onda". Apesar do otimismo, o presidente, que ressaltou o bom desempenho da economia nacional, informou que levará ao Congresso Nacional uma discussão sobre medidas para enfrentar eventuais impactos da turbulência econômica. "A crise é uma questão de crédito e isso a gente pode resolver com o dinheiro que temos. Nós queremos que esse tema da crise seja levado para dentro do Congresso Nacional para as pessoas perceberem que, embora o Brasil não corra nenhum risco, nós não podemos vacilar", disse o presidente que estava acompanhado de Luiz Marinho, candidato do PT à prefeitura de São Bernardo. O presidente Lula ressaltou que "a crise americana já conseguiu US$ 850 bilhões do povo americano para tapar os buracos dos banqueiros que faziam agiotagem com o dinheiro público". Antes de ingressar com o assunto crise no Congresso, Lula disse que há prioridade para votar assuntos que já estão em pauta, como as mudanças na política tributária e na política do salário mínimo. Questionado sobre se a crise poderá afetar os projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Lula foi enfático: "Não. Eu já disse publicamente que não haverá nenhuma mudança nas obras do PAC. Não haverá nenhuma mudança nas nossas obras de infra-estrutura", garantiu. De acordo com o presidente, "as principais obras da Petrobras, as principais obras de ferrovia, as principais obras de refinaria, obras de habitação, urbanização de favelas e saneamento básico, nada terá nenhuma mudança". "Até o trem-bala vai ser licitado no mês de março para mostrar que nós sabemos lidar com crise e que nós nos precavemos", antecipou Lula. O presidente afirmou que esta segurança em relação ao assunto crise se deu porque o País "fez a lição de casa quando era preciso fazer e agora temos reservas para enfrentar essas e outras" turbulências. Sobre a candidata do PT para a capital paulista, Marta Suplicy, Lula mostrou-se confiante. "A Marta vai ter a quantidade de votos necessários para ganhar o segundo turno. Obviamente, sair em primeiro lugar no primeiro turno com três candidatos é uma coisa extraordinária. Vamos ganhar o segundo turno", disse. Lula afirmou também que a possível troca de comando na prefeitura de São Bernardo é importante para que haja mais sintonia entre os projetos federais e municipais. No sábado, para tentar eleger Marinho ainda no primeiro turno, Lula decidiu de última hora fazer uma atividade de campanha em prol do candidato. O presidente percorreu em um carro aberto a principal avenida da região central de São Bernardo. Perfil do eleitor O presidente Lula também comentou sobre o aperfeiçoamento do perfil do eleitor brasileiro e a importância da eleição para o País. "A prática da eleição é importante porque permite que o povo exercite a democracia até as suas últimas conseqüências", afirmou. Para o presidente, "o PT sairá bastante fortalecido do processo eleitoral". No final do dia o presidente Lula embarcou para Brasília, para acompanhar os resultados das eleições no Palácio da Alvorada. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 9)(Roberta Scrivano)