Título: Cúpula européia garante liquidez ao sistema financeiro
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Fonte: Gazeta Mercantil, 06/10/2008, Internacional, p. A13

6 de Outubro de 2008 - Os líderes de Alemanha, França, Grã-Bretanha e Itália anunciaram, no último sábado, um pacote de medidas em que se comprometeram a ajudar os bancos europeus que passam por dificuldades, mas ressaltaram que não permitirão que seus executivos saiam impunes. "Em caso de apoio público a um banco em dificuldades, cada Estado membro presente nesta reunião se compromete a punir os dirigentes que fracassaram e fazer com que os acionistas compartilhem igualmente o peso da intervenção", declarou o presidente francês, Nicolas Sarkozy, que se reuniu com demais dirigentes europeus em Paris, em cúpula convocada para discutir a crise financeira mundial. No decorrer da semana, autoridades francesas sugeriram a criação de um fundo europeu de ¿ 300 bilhões para salvar os bancos em apuros, baseado no projeto americano de mais de US$ 700 bilhões ratificado na sexta-feira pelo presidente George W. Bush, que foi descartada pelos governos da Grã-Bretanha e Alemanha. Para as pequenas e médias empresas (PME), o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, anunciou que os quatro países concordaram em "pedir ao Banco Europeu de Investimentos (BEI) que libere ¿ 31,5 bilhões para seu financiamento". Ontem, o chefe do governo da Itália, Silvio Berlusconi, anunciou que o governo irá propor hoje a seus colegas da União Européia (UE) a criação de "um fundo comum correspondente a 3% do Produto Interno Bruto (PIB)", em declaração à imprensa local. Socorro ao banco alemão Em meio à crise que atinge também o mercado financeiro europeu, o governo e o setor bancário da Alemanha chegaram ontem a um acordo sobre um plano de resgate de ¿ 50 bilhões para evitar a quebra do gigante hipotecário Hypo Real Estate. O setor financeiro concederá "uma linha de crédito suplementar de ¿15 bilhões", que se somarão a outros ¿35 bilhões, aportados, em sua maior parte, pelo Estado alemão, segundo o comu=-nicado do ministério das Finanças alemão. A operação foi coordenada pelo governo, pelo Banco Central da Alemanha e pela autoridade de supervisão dos mercados (BAFIN), além de representantes do setor bancário e de seguros. Futuro do FortisJá o banco francês BNP Paribas anunciou ontem que assumirá o controle do Fortis na Bélgica e em Luxemburgo, cujos governos permanecerão como acionistas minoritários da instituição, criando assim o maior banco europeu em valor de depósitos. A participação da Bélgica no Fortis diminuiu de 49 para 25%, enquanto a de Luxemburgo caiu de 49 para 33%. O BNP Paribas também assumirá o setor de seguros do Fortis por ¿ 5 bilhões, que serão pagos em dinheiro. Com a compra, o BNP assume uma rede de 1.500 filiais do Fortis nestes seis países. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 13)(Redação com agências internacionais)