Título: Grevistas pretendem paralisar áreas estratégicas dos bancos
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Fonte: Gazeta Mercantil, 09/10/2008, Nacional, p. A6
Brasília e São Paulo, 9 de Outubro de 2008 - Os bancários de São Paulo e Osasco entraram em greve, ontem, por tempo indeterminado. Eles reivindicam aumento real de salários de 5%, além da correção inflacionária de 7,15%. Segundo o sindicato da categoria, a idéia é mobilizar os trabalhadores, inicialmente, em manifestações na região central e na Avenida Paulista. Além disso, as lideranças pretendem paralisar segmentos estratégicos como as áreas de sistemas do Bradesco, onde trabalham em torno de 2 mil empregados, e do Unibanco, com 3,5 mil empregados. Além de aumento dos salários, os bancários querem a valorização do auxílio-creche, atualmente no valor de R$ 415, do vale-refeição de R$ 17,50 por dia, além da participação nos lucros e resultados das instituições. Em nota, o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino, afirmou que "os banqueiros empurraram os trabalhadores da mesa de negociação à greve", referindo-se à oferta limitada a 7,5% de reajuste. Paralisação em Brasília Em Brasília, a greve já dura dez dias. De acordo com o sindicato local da categoria, 450 mil funcionários estão parados em todo o Brasil. Segundo o diretor da entidade em Brasília, Eduardo Araújo, as reivindicações da categoria são reajuste real de 5%, a proposta da Federação Brasileira dos Bancos seria de apenas 0,35%, valorização dos pisos salariais e aumento da participação nos lucros e resultados. No caso de Brasília, o sindicato também pede a contratação de pessoal para estender o horário de atendimento ao público, das 09h às 17h - atualmente os bancos ficam abertos no DF das 11h às 16h. No DF, estima-se adesão de toda a categoria, 8 mil trabalhadores. Os grevistas esperam que a Febraban apresente outra proposta nos próximos dias, pois desde 24 de setembro, nenhuma negociação foi feita. Eduardo Araújo lembra que as operações simples como depósitos, saques e transferências podem ser feitas pela internet e nos terminais de atendimento eletrônicos. O diretor do Sindicato reforça que não há previsão de retorno. "A Febraban não nos chamou para conversar de novo. Provavelmente o Banco do Brasil vai completar 200 anos este fim de semana em meio à greve", avalia o diretor do sindicato. Bancos param no Rio O Sindicato dos Bancários do Município do Rio de Janeiro seguiu a orientação do comando nacional da categoria e iniciou ontem uma greve por tempo indeterminado, decidida na noite anterior. A adesão ao movimento no centro da cidade chegou a 100%, segundo a diretora do sindicato Vera Luiza Xavier. Nas demais regiões, a maioria das agências paralisadas são do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. De acordo com o Sindicato do Município de Niterói, 155 agências bancárias não abriram ontem em todos os municípios litorâneos do Grande Rio e Região dos Lagos, de Niterói até Búzios. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 6)(Agência Brasil)