Título: Doha depende de sensibilidade da Índia
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Fonte: Gazeta Mercantil, 14/10/2008, Nacional, p. A5

Brasília, 14 de Outubro de 2008 - A poucos dias de realizar uma visita oficial à Índia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que um acordo para a liberalização do comércio internacional depende do governo do país asiático. Lula disse que o impasse causado nas negociações da Rodada Doha pela Índia e pelos Estados Unidos foi um dos temas do telefonema que recebeu do presidente norte-americano, George W. Bush. Em julho, rodada ficou paralisada depois que Estados Unidos e Índia não chegaram a um entendimento sobre o acesso de produtos agrícolas aos mercados de países em desenvolvimento que exigem proteger seus produtores rurais. "Está muito perto, mas muito perto. Acho que nunca tivemos tão perto de concluir o acordo. Vai depender muito agora da sensibilidade do governo da Índia", declarou Lula, em seu programa semanal de rádio "Café com o Presidente". Cúpula em Nova Lula, que já acusou Estados Unidos e Índia de chegarem a um impasse nas negociações da Rodada Doha por questões políticas domésticas, participará, amanhã, de reunião de cúpula entre Brasil, Índia e África do Sul, em Nova Délhi. De acordo com o porta-voz da Presidência da República, Marcelo Baumbach, o Brasil tem se esforçado para buscar soluções que atendam as preocupações da Índia. Além disso, procura uma saída equilibrada para proteger as economias dos países em desenvolvimento. A retomada da Rodada de Doha foi pedida no documento final da 2 Cúpula do Fórum. Por isso, é prioridade na lista de discussões do encontro em Nova Délhi. De acordo com Baumbach, seria essencial concluir a rodada neste momento para mostrar ao mercado a capacidade de articulação da comunidade internacional e para ajudar os efeitos da crise financeira sobre a economia. O encontro entre o presidente Lula, o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh e o presidente da África do Sul, Kgalema Motlanthe, vai ocorrer amanhã. Além do debate sobre temas comuns aos três países, os líderes deverão assinar nove acordos trilaterais em áreas como meio ambiente e aviação civil. (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 5)(Reuters e Agência Brasil)