Título: Crise não afetará geração de empregos, diz ministro
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Fonte: Gazeta Mercantil, 16/10/2008, Nacional, p. A5

Brasília e São Paulo, 16 de Outubro de 2008 - O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, projeta a geração de mais de 1,8 milhão de empregos formais no próximo ano. Para Lupi, a crise financeira não deve afetar as contratações. "Poderá ter no setor de exportação algum efeito pequeno na contratação, e só a partir do segundo semestre de 2009. Mesmo assim, prevejo 2009 muito positivo", disse.

Para este ano, Lupi projeta a criação de mais de 2,1 milhões de novos postos de trabalho. Questionado sobre um possível excesso de otimismo quanto às previsões, o ministro foi enfático: "olhe os dados da economia. É só perceber que, mesmo com uma crise internacional, você não vê outro país para se investir com maior tranquilidade do que o Brasil. Acompanhado da China e da Índia, o Brasil é um dos países que dão mais rentabilidade a quem quer investir".

O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) registrou, em setembro, o maior número de contratações acumuladas, no período, desde o início da série histórica da aferição dos dados, em 1992. No total, foram gerados 2.086.570 empregos desde janeiro deste ano, o que ultrapassa a meta do ministério para o ano de 2 milhões de postos de trabalho.

Entre os setores em que a oferta de emprego cresceu, o maior responsável pelo resultado do mês é o de serviços, com 104.653 novas assinaturas em carteira. Em seguida, vem a indústria de transformação, com 114.002 novas vagas de trabalho e o comércio, com saldo de 53.260 postos. Só o setor agrícola registrou demissões (25.312).

Na área de construção civil, uma das que são anunciadas como mais sujeita à desaceleração, com a crise, Lupi disse que "continuará forte, porque precisa dos recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). O principal financiador para a construção civil é a Caixa Econômica Federal (CEF), através dos recursos do Fundo de Garantia. Não faltarão recursos para o investimento da economia nacional", assegurou.

Entre as regiões do País, o Nordeste apresentou o maior crescimento do número de postos de trabalho, de 2,43%. Na seqüência, o nível de emprego cresceu mais nas regiões Norte (0,81%), Sul (0,71%), Centro-Oeste (0,66%) e Sudeste (0,65%).

Regulamentação

Cerca de 400 mil imigrantes sul-americanos que residem no país serão beneficiados com a regulamentação da entrada de trabalhadores de países da América do Sul no Brasil. O Conselho Nacional de Imigração (Cnig), vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego, aprovou nesta semana uma nova resolução normativa, que visa facilitar a obtenção do visto de trabalho para que os imigrantes possam se estabelecer de maneira formal no país. A resolução terá validade de dois anos, após a publicação no Diário Oficial da União.

A principal mudança é a redução de exigências para a entrada de trabalhadores com vínculo empregatício no Brasil. Antes, eram cobrados contrato de trabalho, experiência profissional de, no mínimo, dois anos, e o comprovante de conclusão do nível médio ou superior. Com a nova resolução normativa, o trabalhador precisa apresentar apenas o contrato de trabalho e uma justificativa da empresa referente à contratação do imigrante.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 5)(Redação e Agência Brasil)