Título: Governo poderá dar suporte a empresas
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 16/10/2008, Nacional, p. A5

Brasília, 16 de Outubro de 2008 - O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que o governo poderá emprestar dinheiro para empresas que amargaram prejuízo em conseqüência dos efeitos da crise financeira nas bolsas no Brasil, mas ressaltou que o socorro só poderá ser feito obedecendo as regras de mercado. "Temos que avaliar que quem fez bobagem tem que arcar com os prejuízos. Essas empresas poderão tomar empréstimos até em bancos do governo, mas dentro das normas, com as taxas normais. Ninguém vai dar dinheiro", disse em entrevista ao programa Três a Um, da TV Brasil. A posição do ministro vai ao encontro daquilo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já anunciou: o governo não vai ajudar diretamente as empresas que enfrentarem dificuldades por causa da crise.

Paulo Bernardo disse ainda que aposta num crescimento acima de 4% da economia do país neste ano, apesar da crise financeira mundial. Para ele, o Brasil tem condições melhores do que outros países de passar pela turbulência sem que os efeitos sejam muito fortes. "O Fundo Monetário Internacional previu 3,7%, mas acreditamos em um crescimento maior", disse.

Um dos sinais de crescimento da economia apontado por Paulo Bernardo são os números do comércio no mês de agosto. "Tivemos um aumento de mais de 10% nas vendas no mês de agosto. Por enquanto, a crise causou problema na Bolsa de Valores e o governo e o Banco Central vêm tomando medidas pontuais com o objetivo de minimizar os efeitos nos setores que possam vir a se prejudicar."

Gastos públicos

O ministro admitiu que o governo poderá adiar o escalonamento dos salários dos servidores públicos. Ele deixou claro que não é uma medida já definida, mas que poderá ser uma das decisões a ser tomadas com o objetivo de conter gastos do governo com o custeio da máquina diante da situação de crise financeira. O cancelamento de concursos públicos, que já estavam previstos também, é uma forma apontada pelo ministro para diminuir os gastos com custeio.

Paulo Bernardo disse ainda que, se for preciso, o governo poderá fazer cortes no Orçamento. "O que a gente tem feito é melhorar a gestão, ou seja, melhorar a qualidade dos gastos. É fazermos a mesma coisa com um gasto menor ou fazermos mais coisas com o mesmo gasto", destacou.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 5)(Agência Brasil)