Título: Pesquisa mostra o abalo na confiança dos norte-americanos
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 16/10/2008, Internacional, p. A11
Hempsted (EUA), 16 de Outubro de 2008 - A crise econômica global abalou a confiança dos norte-americanos no futuro e abalou a fé pública nas instituições do país, revelou a pesquisa Reuters/Zogby divulgada ontem. A sondagem confirma os resultados de uma outra, divulgada na terça-feira, por USA Today/Gallup, na qual os americanos disseram acreditar que a situação ainda vai piorar.
Estado de espírito
O Índice Reuters/Zogby, que mede o estado de espírito reinante nos EUA, despencou de 96,3% em setembro para 89,7% em outubro - período durante o qual foram registradas queda em sete dos dez índices de pesquisa de opinião usados para calculá-lo.O resultado ficou um pouco acima do recorde negativo de março (87,7%), mas mostra que os norte-americanos sentem-se hoje muito mais pessimistas a respeito do futuro do país e de suas finanças pessoais.
A popularidade do presidente George W. Bush e do Congresso dos EUA caiu vertiginosamente. Um recorde negativo de 21% dos entrevistados na pesquisa deram boas notas ao desempenho de Bush, ao passo que o índice de aprovação ao Congresso caiu para 10% - um pouco acima de seu patamar mais baixo.
Como na Grande Depressão
"Essa é uma urucubaca de dupla. As pessoas estão preocupadas com o que ocorre hoje e estão preocupadas com o amanhã", afirmou o especialista em pesquisas John Zogby, que comparou o atual estado de espírito dos norte-americanos com o verificado nos primeiros anos da Grande Depressão.
"Podemos dizer com segurança que se trata da pior crise de confiança surgida no país desde 1932", disse Zogby. "As pessoas sentem-se como se nada estivesse funcionando nos EUA - o presidente, o Congresso, as empresas."
Semanas de crise
A pesquisa ocorreu depois de semanas de uma crise econômica ao longo da qual as bolsas do mundo todo (EUA incluídos) sofreram grandes perdas e o governo norte-americano aprovou um pacote de 700 bilhões de dólares para resgatar as instituições financeiras do país.
A enquete, realizada entre quinta-feira e domingo, chegou ao fim antes de Wall Street ter sofrido uma acentuada alta na segunda-feira. A margem de erro da pesquisa é de 2,9 pontos percentuais.
(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 11)(Reuters)