Título: Perto vende R$ 130 milhões em caixas eletrônicos ao BB
Autor: Cigana, Caio
Fonte: Gazeta Mercantil, 20/10/2008, Ti & Telecom, p. C7

Porto Alegre, 20 de Outubro de 2008 - A fabricante brasileira de equipamentos Perto acaba de fechar com o Banco do Brasil (BB) o maior negócio de sua história. A empresa gaúcha, sediada em Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre, venceu uma concorrência do banco público e vai fornecer 5 mil terminais eletrônicos de auto-atendimento (ATMs), no valor de R$ 130 milhões. O contrato foi assinado no último dia 10 e a entrega dos equipamentos, programada para se iniciar nos próximos dias, vai até fevereiro do ano que vem em mais de três mil agências de todo o País.

A maior venda da Perto até agora tinha sido para Caixa Econômica Federal (CEF), em 2005. Este contrato rendeu R$ 76 milhões à empresa.

Com a conquista da concorrência, a Perto passa a ter cerca de 25% de todos os ATMs do Banco do Brasil, um total de 40 mil máquinas. Os terminais realizam operações de saque, extrato, transferência e depósito. Além de ATMs, que representam cerca de 60% do faturamento, a empresa fabrica outros equipamentos de automação bancária e comercial, de meios de pagamento e mecanismos dispensadores.

Segundo o diretor comercial e de marketing da Perto, Marco Aurélio Freitas, aproximadamente 60% da receita do negócio irá entrar no caixa ainda este ano, colaborando para a empresa atingir a meta de alcançar uma receita de R$ 200 milhões, 30% a mais em comparação com 2007. A produção estimada para 2008 é de 7 mil ATMs. Para o ano que vem, a projeção é chegar a R$ 250 milhões, com o crescimento da venda de equipamentos e da área de serviços.

"Nos últimos dois anos passamos de 6 para 12 filiais de serviços no País e teremos 18 até julho do ano que vem. Isso para atender os terminais que vendemos para os bancos e (prestar) suporte para os equipamentos de automação comercial do varejo", explica. Freitas.

Apesar do grande contrato com o Banco do Brasil, a Perto admite que, nos últimos dias, os negócios também foram afetados em função da crise financeira internacional. Como parte dos componentes das máquinas é importada e por isso atrelada ao dólar, muitos bancos têm adotado uma postura de cautela em relação a novos pedidos, já que a Perto confirma que repassa o aumento do custo impactado pelo câmbio.

Mesmo que as instituições financeiras optem agora pela cautela, esperando a acomodação do valor da moeda norte-americana frente ao real, Freitas não vê problemas para o ano que vem, por exemplo. "O Brasil é o terceiro maior mercado do mundo para ATMs, atrás apenas dos Estados Unidos e Japão. E os bancos vão continuar expandindo as suas redes e modernizando o seu parque", assegura.

A Perto começou a fabricação de ATMs no início da década e hoje soma cerca de 30 mil equipamentos em todo o País, o que a empresa acredita ser o equivalente a 25% do mercado.

Exportações

Segundo Freitas, existe ainda um grande espaço para crescimento da utilização de ATMs no exterior. As exportações, que há pouco tempo representavam menos de 5% do faturamento da Perto, devem responder este ano por 15%. Um dos avanços conseguidos pela empresa gaúcha foi um acordo de transferência de tecnologia com um grupo indiano firmado ano passado.

De acordo com o acertado, a Perto vende os módulos das máquinas, que são montados nos ATMs pela companhia parceria na Índia. "A Índia conta com apenas 10% dos ATMs que poderia ter", estima Freitas. No restante, as exportações da Perto estão hoje concentradas na América do Sul. "Só no Chile temos mais de mil equipamentos instalados em dois anos", ilustra o executivo.

Empresa de capital 100% nacional, a Perto pertence ao grupo Digicon, que possui o comando de outras duas companhias: a homônima Digicon, que fabrica controladores de acesso, controladores de tráfego viário e sistemas de bilhetagem eletrônica, e a Numericon, voltada a sistemas de coletas de dados de chão de fábrica para verificar a produtividade e a eficiência dos clientes.

(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 7)(Caio Cigana)