Título: Bush chama Lula e emergentes para debater a crise com o G8
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Fonte: Gazeta Mercantil, 22/10/2008, Internacional, p. A14

Brasília, 22 de Outubro de 2008 - O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, convidou ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para participar de uma reunião com as maiores economias do mundo sobre a crise financeira global. Segundo uma fonte do governo, em telefonema por volta das 17h, que durou aproximadamente 15 minutos, Bush perguntou se Lula aceitaria discutir soluções para a crise e como evitar que esse choques contaminem a economia real.

O encontro ainda será agendado por Bush, mas deverá ocorrer em meados de novembro, segundo sinalizou o próprio presidente dos EUA. A intenção de Bush é reunir o G8 (EUA, Alemanha, Japão, Reino Unido, França, Itália, Canadá e Rússia) e os principais países emergentes.

De acordo com a fonte, Lula respondeu positivamente e considerou imprescindível o encontro para que os líderes mundiais possam debater esse tema.

Há duas semanas, Bush retornou uma ligação de Lula para falar sobre a crise e disse que as medidas adotadas pelo governo norte-americano começariam a surtir efeito em duas semanas e meia, tempo que está perto de se completar. Outro assunto da conversa dos dois presidentes foi a liberalização do comércio mundial. Bush quis saber alguns detalhes da recente viagem de Lula à Índia, onde o presidente brasileiro conversou sobre a eventual retomada da Rodada Doha.

Em julho, em Genebra, as negociações chegaram a um impasse entre os EUA e Índia por salvaguardas ao comércio agrícola.

Lula, que antes de ir à Índia dizia que a retomada das negociações demandaria um gesto de boa vontade do governo indiano, fez um relato "positivo e otimista" ao colega americano. Segundo a fonte, o presidente brasileiro contou a Bush que há um "clima favorável" ao entendimento.

Reunião do Mercosul

O Itamaraty confirmou ontem, em nota oficial, a realização de uma reunião extraordinária do Conselho do Mercosul, na segunda-feira (dia 27) em Brasília, para a discussão da crise global. O Conselho, órgão máximo do bloco, é integrado pelos chanceleres e ministros da Economia dos países membros. Segundo a chancelaria brasileira, além de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, participam Chile, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia (países associados) e Venezuela (em processo de integração).

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 14)(Reuters e Ansa)