Título: Brown admite que o Reino Unido entrará em recessão
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 23/10/2008, Internacional, p. A14

Londres, 23 de Outubro de 2008 - O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, reconheceu ontem que o Reino Unido provavelmente entrará em recessão, opinião compartilhada pelo presidente do Banco Central.

"Depois de adotar medidas para o sistema bancário, agora devemos adotar medidas (para enfrentar) a recessão financeira mundial, que provavelmente também provocará uma recessão no (...) Reino Unido", afirmou Brown no Parlamento.

Uma recessão econômica é normalmente definida por dois trimestres consecutivos de crescimento negativo.

Outros países

Amanhã serão divulgados dados econômicos chaves que possivelmente confirmarão que a economia britânica contraiu-se no terceiro trimestre do ano, após registrar um crescimento zero no segundo trimestre. Brown acredita ainda que a crise financeira provavelmente levará a uma recessão os Estados Unidos, França, Itália, Alemanha e Japão.

Presidente do banco central

Suas declarações vieram um dia depois de o presidente do Banco da Inglaterra (BC inglês), Mervyn King, ter afirmado também que o país deve entrar em recessão e que a combinação de escassez de crédito e inflação elevada deve fomentar "o risco de uma forte e prolongada desaceleração na demanda interna".

Durante como uma reunião de líderes do empresariado na cidade de Leeds, King afirmou que é "difícil exagerar a gravidade e importância destes fatos. Desde o início da Primeira Guerra Mundial nosso sistema bancário chegou tão perto de entrar em colapso", acrescentou. Brown disse concordar com este diagnóstico.

Socorro a bancos

Entretanto, o presidente do Banco da Inglaterra defendeu que a recapitalização de três bancos britânicos este mês abriu caminho para um "lento processo para restaurar o crédito à economia real e, assim, retomar o crescimento da nossa economia em condições mais normais".

O país precisou nacionalizar dois grandes bancos nacionais, além de lançar um programa de recapitalização, devido à crise de crédito, e no início do mês anunciou um pacote de resgate do sistema bancário de aproximadamente US$ 815 bilhões.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 14)(AFP)