Título: Em queda livre, barril fecha a US$ 66,75 em Nova York
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 23/10/2008, Infra-Estrutura, p. C10
Nova York, 23 de Outubro de 2008 - Os preços do petróleo voltaram a cair ontem em Nova York, afetados pelos temores de uma queda na demanda mundial e pela informação de uma forte alta nas reservas semanais de petróleo nos Estados Unidos.
O barril de WTI para entrega em dezembro fechou o pregão nova-iorquino em US$ 66,75, queda de US$ 5,43 em relação ao fechamento do dia anterior.
Durante a sessão, a cotação do barril chegou a atingir US$ 66,2, o seu nível mais baixo desde o dia 14 de junho de 2007.
Em Londres, o barril de Brent com o mesmo vencimento fechou abaixo dos US$ 65, em US$ 63,96, pior desempenho desde o dia 9 de maio de 2007.
Os operadores "ficaram inquietos com a queda da demanda, uma vez que os Estados Unidos e a Europa provavelmente registrarão um deterioração da economia maior do que se esperava", explicou Bart Melek, da BMO Capital Markets.
Alimentando estes temores, o informe semanal do Departamento de Energia norte-americano mostrou que "a demanda está diminuindo no país", acrescentou o analista de mercado.
Nas últimas quatro semanas, os norte-americanos consumiram 18,7 milhões de barris diários em produtos de petróleo, queda de 8,5% em comparação com o mesmo período há um ano, justificando os temores acerca da queda de demanda.
Os estoques de óleo bruto subiram 3.2 milhões de barris na semana finalizada em 17 de outubro, para 311.4 milhões de barris, quando os analistas ouvidos pela Dow Jones Newswires previram alta de só 2,4 milhões de barris.
As reservas de gasolina aumentaram em 2,7 milhões de barris, para 196,5 milhões de barris, enquanto os analistas esperavam alta de 2,8 milhões. Os estoques de produtos destilados (diesel e óleo para calefação) subiram 2,2 milhões de barris, para 124,3 milhões de barris, superando amplamente as previsões dos analistas, que esperavam alta de 100 mil barris.
Essas reservas são seguidas com interesse crescente ante a aproximação do inverno boreal, estação durante a qual cresce a demanda de óleo para calefação.
O futuro do petróleo está comprometido pela queda do consumo, alta das reservas de petróleo e incapacidade da Organização dos Países Produtores de Petróleo para enfrentar a situação em um contexto de recessão. A Opep fará uma reunião de emergência nesta sexta-feira amanhã para tentar conter a caída dos preços.
(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 10)(AFP)