Título: Alimentos pressionam e IPCA-15 tem alta 0,30%
Autor: Saito, Ana Carolina
Fonte: Gazeta Mercantil, 24/10/2008, Nacional, p. A6

São Paulo, 24 de Outubro de 2008 - Os preços dos alimentos voltaram a subir e pressionar a inflação em outubro. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,30% no mês e superou taxa de 0,26% de setembro. O grupo alimentação e bebidas, que havia apresentado deflação de 0,25%, registrou leve alta de 0,05%, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados ontem.

O resultado da prévia da inflação oficial do Brasil veio em linha com as projeções do mercado. Para o encerramento do mês, a expectativa é de uma nova aceleração, para 0,36%, segundo estimativas da Link Investimentos. "Há uma pressão de alimentos na ponta. A taxa passou de 0,30% para 0,60%", afirma a economista-chefe da consultoria, Marianna Costa.

Nos 12 meses até outubro, o IPCA-15 acumula alta de 6,26%. Entre janeiro e outubro, o inflação medida pelo indicador ficou em 5,28%. "Os números de outubro não são ruins, mas, ao mesmo tempo, não trazem nenhum alívio", comenta a economista.

Entre os itens que mais contribuíram para alta de preços no grupo alimentação e bebidas de setembro para outubro, destacam-se o arroz, que passou de uma queda de 1,67% para uma alta de 0,19% e o feijão carioca, de -4,24% para 3,29%. Além disso, o preço da carne subiu mais no período, acelerando de 0,63% para 1,44%. "Os preços da carne estão subindo devido ao aumento das exportações brasileiras com a valorização do dólar", diz. Além de não contar mais com a pressão baixista do grupo alimentação, o indicador do IBGE continua refletindo um ambiente de demanda aquecida.

IPC-S sobe 0,34%

Também pressionado pela alta nos custos de alimentos, o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), medido pela FGV, subiu 0,34% em 22 de outubro de 2008, taxa 0,04 ponto percentual acima da apurada na coleta encerrada em 15 de outubro. Esta foi a maior taxa de variação desde a primeira semana de agosto de 2008 (0,44%).

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 6)(Ana Carolina Saito)