Título: BB e CEF vão reforçar crédito nesta semana
Autor: Moraes, Sonia
Fonte: Gazeta Mercantil, 03/11/2008, Nacional, p. A4

São Paulo, 3 de Novembro de 2008 - O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider, espera que a partir desta semana comece a ser eliminado o constrangimento de crédito no mercado automotivo com a participação do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal no financiamento de automóveis.

Schneider disse que não se chegou a uma medida efetiva para solucionar a falta de crédito no mercado brasileiro. A afirmação foi feita depois da reunião de sexta-feira no escritório do Ministério da Fazenda, em São Paulo, com as presenças do ministro da Fazenda, Guido Mantega, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e os presidentes das montadoras. "Neste encontro não falamos em valor, mas houve clara receptividade dos bancos", destacou.

"Esperamos que a partir da semana que vem (esta semana), com a liberação dos compulsórios dos bancos, haja mais liquidez no mercado", disse o presidente da Anfavea.

Schneider disse que há três formas para operacionalizar mais ativamente a participação dos bancos nos empréstimos . "A primeira seria por meio da compras de carteira de crédito das financeiras das montadora, o que não é a decisão mais viável, mas garante dinheiro no mercado. A segunda, seria com o empréstimo feito pelo próprio banco e a terceira seria com o empréstimo concedido pelo Banco do Brasil aos bancos das montadoras e a financeiras especializadas no setor automotivo".

Na opinião de Schneider, o problema hoje do setor automotivo não é a diminuição do prazo de financiamento e a alta taxa de juros, "mas a restrição do crédito que ainda é muito grande".

O presidente da Anfavea destacou ainda que o financiamento para as exportações de veículos já está começando a se normalizar. "As dúvidas que existem hoje nas montadoras sobre os negócios no exterior são estruturais. Além do ponto do equilíbrio do dólar, as empresas querem saber a que dólar o importador vai pagar o produto brasileiro e o tamanho do mercado externo.

Schneider falou que não tinha fechamento do mês de outubro, mas admitiu que o setor automotivo terá queda nas vendas no mercado interno.

Números preliminares indicam uma queda de 12% nas vendas sobre setembro, com o total de 236 mil veículos emplacados no mês passado.

O presidente da Anfavea destacou que a produção do mercado automotivo brasileiro - que ainda pode chegar a 3,5 milhões neste ano - é muito importante para o País. "Temos confiança na retomada deste setor e na qualidade dos nossos produtos".

Sobre as férias coletivas que vêm sendo anunciada pelas montadoras, Schneider falou que a explicação para a atitude é o comportamento do mercado automotivo brasileiro. "Mas a decisão das empresas deve-se, por ora, mais à queda nas exportações".

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 4)(Sonia Moraes)