Título: Copom e dados do câmbio são destaque
Autor: Góes, Ana Cristina
Fonte: Gazeta Mercantil, 03/11/2008, Finanças, p. B2
São Paulo, 3 de Novembro de 2008 - O mercado inicia a semana atento à temporada de divulgação de resultados trimestrais das companhias abertas. Os impactos da exposição das empresas à variação cambial e as operações de derivativos nos resultados seguem no foco do mercado.
Prometem mexer com a cotação do dólar as divulgações do movimento de câmbio e a posição dos bancos pelo Banco Central (BC) na quarta-feira. O anúncio da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) na quinta-feira também atrai a atenção do mercado. O documento trará informações sobre a recente "pausa técnica" feita pelo colegiado no ciclo de aperto monetário. O Copom decidiu manter a taxa básica de juros (Selic) inalterada em 13,75% ao ano na última quarta-feira.
Também na quinta-feira o mercado conhecerá a decisão do Banco Central Europeu (BCE) sobre a taxa básica de juros da zona do euro, atualmente em 4,25 % ao ano. A expectativa é de que o BCE siga os passos do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) e promova um novo corte no juro básico. O Fed cortou os Fed Funds, a taxa básica de juros do país, em 0,5 ponto percentual para 1% ao ano na semana passada.
O mercado de câmbio interrompeu a série de quatro quedas consecutivas na cotação do dólar e fechou o pregão da última sexta-feira em alta de 2,52%, cotado em R$ 2,158 na venda. A moeda norte-americana acumula perdas de 8,48% na semana e ganhos de 10,50% no mês e 19,42% no ano.
No último pregão do mês, a tradicional disputa pela Ptax agitou o mercado. O vencimento de operações de derivativos de algumas empresas adicionou volatilidade ao pregão. "Provavelmente as empresas estão diminuindo a exposição em dólar e não querem fechar o mês com esta pendência contábil", afirmou o gerente de câmbio do Banco Prosper, Jorge Knauer. O mercado estima que a Aracruz tenha zerado o restante de suas operações em dólar e que a Sadia esteja aguardando um câmbio mais favorável para liquidar os contratos.
Outros fatores que puxaram a cotação do dólar para cima é o ajuste técnico após quatro quedas consecutivas e o fato de o mercado não querer passar o final de semana descoberto, visto que os últimos finais de semana foram marcados por anúncios preocupantes de bancos nos Estados Unidos.
Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), o contrato DI de janeiro de 2010, o mais líquido, registrou taxa anual de 15,59%, ante 15,56% do ajuste anterior.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 2)(Ana Cristina Góes)