Título: Garibaldi sugere quebra de acordo com o PT
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Fonte: Gazeta Mercantil, 11/11/2008, Política, p. A9
São Paulo, 11 de Novembro de 2008 - O presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), defendeu ontem a unidade dos peemedebistas no processo de escolha do seu sucessor. Garibaldi fez questão de lembrar que sem essa unidade de nada adianta o PMDB ter a maior bancada no Senado e pleitear a presidência. "Nós não podemos, de maneira nenhuma, permitir que o PMDB saia desunido (na disputa pela presidência do Senado) porque é o nosso grande capital no bom sentido", afirmou o senador.
Também ontem, o candidato do PT à presidência do Senado, o senador Tião Viana (AC), disse que irá procurar os dirigentes dos partidos, que apesar de não votarem exercem influência nas suas respectivas bancadas. Mesmo sem dispensar a conversa pessoal com seus pares, Tião Viana, com essa estratégia, pretende "construir o consenso" em torno de seu nome. O senador disse que não há resistências do PMDB ao seu nome, mas notas plantadas em jornais. "Na última reunião do PMDB não teve qualquer restrição ao meu nome. Isso são notas plantadas", afirmou.
Garibaldi, por sua vez, evitou comentar uma eventual disputa entre Viana e um candidato peemedebista. "Eu quero o melhor para o Senado. Se uma disputa for saudável, que venha a disputa. Se o clima não for de disputa, que se tenha um nome capaz de congregar o Senado", defendeu.
O atual presidente do Senado admitiu que não é fácil "construir" o nome de um senador que agregue as forças políticas representadas na Casa. Lembrou, no entanto, que o nome do senador José Sarney (PMDB-AP), que já ocupou o cargo duas vezes, tem sido colocado como capaz de unir as diferentes forças políticas e resgatar a imagem do Senado. "Se fala muito no nome do presidente Sarney quando se fala no consenso, por sua experiência, por já ter presidido a Casa. Mas, ao mesmo tempo, esse consenso não é fácil porque nós já temos candidato praticamente lançado que é o senador Tião Viana, que é um bom candidato", disse Garibaldi.
O presidente do Senado disse que na medida em que o senador José Sarney ainda não oficializou qualquer pretensão de concorrer, ele considera que a tentativa de um consenso deve ser construída, no momento, em torno do nome do senador Tião Viana. "Ele está com o nome dele exposto para um consenso", afirmou.
Equilíbrio
Tião Viana afirmou que tem conversado individualmente com senadores e dirigentes partidários sobre sua candidatura e defendeu o equilíbrio de forças dos partidos da base aliada, especialmente PT e PMDB. Na Câmara, o deputado Michel Temer (PMDB-SP) já apresentou seu nome para suceder Arlindo Chinaglia (PT-SP) na presidência da Casa.
Tião Viana considerou natural que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifeste suas preferências nas sucessões na Câmara e no Senado. Segundo ele, em toda a história do Parlamento nunca um chefe do Executivo deixou de dar sua opinião. O candidato do PT destacou, no entanto, que neste processo cabe ao Senado e à Câmara dos Deputados manterem suas autonomias.
(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 9)(Redação - Com agências)