Título: S&P eleva nota do Brasil, de B+ para BB-
Autor: Alessandra Bellotto
Fonte: Gazeta Mercantil, 20/09/2004, Finanças & Mercados, p. B-1

A agência de classificação de risco Standard & Poor''s elevou na sexta-feira o rating da dívida brasileira em moeda estrangeira de longo prazo, de "B+" para "BB-". O argumento foi a melhora das políticas fiscais e do setor externo. A agência também revisou a perspectiva para a dívida do País de positiva para estável.

O aumento da nota reflete a melhora na posição de liquidez externa do Brasil e na dinâmica fiscal, em meio a uma condução firme da política macroeconômica, informou a S&P em comunicado.

A agência manteve as notas da dívida de longo prazo em moeda local em "BB" e a de curto prazo em moeda estrangeira, em "B+".

De acordo com a analista da S&P, Lisa Schineller, a forte performance da balança comercial em 2004 e 2005 sustenta o declínio das necessidades de financiamento externo do País para quase 100% das reservas internacionais durante esses anos. "Essa é uma melhora considerável dos quase 200% em 2002 e 145% em 2003", afirmou. "Embora auxiliado por fatores cíclicos favoráveis, o crescimento das exportações também reflete melhora estrutural."

Para o economista-chefe da Unibanco Asset Management, Alexandre Mathias, a decisão "é um reconhecimento da melhora estrutural que o País vem conquistando nos últimos 18 meses".

Já o diretor do BBVA, Paulo Bernardo, lembrou que o mercado já precificava um pouco da melhora, com o risco-país abaixo de 500 pontos. "Acho que o Brasil está se consolidando. O mercado está muito líquido, os investidores lá fora estão procurando bons ativos e isso abre ainda a possibilidade de se fazer captações com prazos mais longos", avaliou. "Mas quem vai abrir isso é o Brasil, que deve fazer emissão em dólares na semana que vem, já com novo preço, refletindo esse novo rating."

Há duas semanas, a Moody''s tinha elevado a nota atribuída ao Brasil, de "B2" para "B1", levando em conta o crescimento das exportações e a redução da necessidade de financiamento externo.