Título: Número de empregos formais cresce apenas 0,2% em outubro
Autor: Monteiro,iviane
Fonte: Gazeta Mercantil, 21/11/2008, Nacional, p. A6
Brasília, 21 de Novembro de 2008 - O Brasil começa a desacelerar a geração de empregos formais. Em outubro foram criados apenas 61,401 mil empregos formais, uma alta de 0,20% em relação ao estoque de assalariados com carteira assinada registrado no mês anterior. Esse número também ficou bem abaixo das vagas criadas em igual mês do ano passado, quando atingiram 205,260 mil. É o pior resultado para outubro desde 2003, quando começou a estatística do governo Lula, mostram os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) compilados pelo Ministério do.Trabalho.
A desaceleração foi atribuída a fatores sazonais do setor agrícola, com 38,422 mil empregos a menos no mês, mais que o triplo das 11 mil baixas apuradas em igual mês do ano passado. "A desaceleração de outubro mais expressiva que as ocorridas no mesmo mês de anos anteriores pode significar uma reavaliação do empresariado sobre os efeitos da recente crise financeira internacional", disse o ministro do Emprego e Trabalho, Carlos Lupi.
Minas lidera demissões
O maior número de demissões ocorreu em Minas Gerais que registrou queda de 43 mil vagas no mês passado, disse o ministro, respondendo, assim, por cerca de 70% das demissões no Brasil em outubro. O setor de agronegócio no estado foi o que mais pesou, ao responder por 24,372 mil trabalhadores dispensados. O aumento das demissões no estado mineiro teve a influência da redução das exportações e da produção de café. Resultado semelhante aconteceu na Bahia, mas em menor magnitude.
Minas Gerais, que é responsável por 10% do emprego nacional, foi também o estado que mais sofreu com os reflexos da crise no setor da construção civil. A indústria nacional da construção civil - que tradicionalmente emprega mais no fim do ano - ficou aquém do esperado ao criar apenas 2,149 mil empregos (0,12%) em outubro. Em igual mês do ano passado, as admissões nesse segmento haviam correspondido a 22 mil trabalhadores.
A expectativa do ministro era que as admissões em todo o País atingissem entre 100 e 120 mil novos empregos no mês passado, acompanhando a tendência de crescimento dos meses anteriores e as expectativas de aumento de emprego na construção civil, nos últimos meses do ano.
Apesar do resultado decepcionante em outubro, no acumulado dos dez meses de 2008 foi atingido um recorde para o período. O emprego formal alcançou a marca de 2,147 milhões de trabalhadores, e superou em 7,42% o resultado obtido em igual etapa de 2007 (1,812 milhão. Nos últimos 12 meses foram gerados 1,953 milhão de empregos no País).
O ministro resumiu que ainda é cedo para saber se o resultado de outubro, de redução de contratações, é uma tendência para os últimos dois meses do ano. Por essa razão, ele ainda não acendeu uma luz amarela nas estimativas para o próximo ano e mantém a previsão de criar 1,8 milhão de novos empregos em 2009. Para este ano, Carlos Lupi mantém a estimativa de abertura de mais de 2 milhões vagas em relação ao ano passado.
Segundo o ministro Carlos Lupi, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "não se surpreendeu com o resultado", pois ainda é cedo para atribuir o resultado aos reflexos da crise mundial. O ministro do Trabalho prometeu anunciar nos próximos dias novas medidas para incentivar o emprego no setor da construção civil, por ser intensivo em mão-de-obra.
(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 6)(Viviane Monteiro)