Título: Aperto na fiscalização, valoriza áreas para reserva legal
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 25/11/2008, Finanças, p. B3

25 de Novembro de 2008 - A maior rigidez nas leis ambientais e o aperto na fiscalização provocaram forte alta em preços de terras em regiões com bioma amazônico, onde a lei obriga a manutenção de reserva legal de 80% da área. De acordo com levantamento da AgraFNP, o valor médio de um hectare em algumas dessas regiões chegou a aumentar cinco vezes em 12 meses. É o que ocorreu em Paragominas (PA). Jacqueline Bierhals, especialista da consultoria, conta que um hectare nessa região - considerada mata de fácil acesso - saiu de R$ 240 há um ano para R$ 1 mil no bimestre de setembro e outubro deste ano. "Essa região é forte produtora de grãos no Pará e lá somente 20% da área pode ser ocupada com atividade agropecuária. Assim, os produtores compram terras vizinhas para manterem com floresta, para compensarem o desmate acima do permitido na área ao lado", explica Jacqueline.

A valorização também foi intensa em outras regiões de mata, como em Macapá, onde o hectare saiu do patamar médio de R$ 15 para R$ 200. "São áreas que valem mais com mata em pé do que com a floresta derrubada. Trata-se de um mercado que se valorizou bastante, mas deve estar perto de seu limite", avalia a especialista.

Outros nichos

Nos últimos doze meses, também houve forte valorização nos preços de terras em Santa Catarina, puxada pela, até então, alta nos preços do grãos e pela forte presença de grandes indústrias integradores de aves e suínos. De acordo com o levantamento da AgraFNP, o hectare médio em Santa Catarina saiu do patamar de R$ 4,9 mil há 12 meses para R$ 13 mil neste ano.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 12)(F.B)