Título: Energia de Itaipu pode subir até 15% para distribuidoras
Autor: Staviski,Norberto
Fonte: Gazeta Mercantil, 25/11/2008, Infra-Estrutura, p. C8

Curitiba, 25 de Novembro de 2008 - A Itaipu Binacional já encaminhou para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sua proposta de reajuste da tarifa da energia produzida pela usina para 2009, na sua venda para as companhias Eletrobrás e a Ande paraguaia, prevendo um aumento de 1,8% no preço do kilowatt/mês, que passará de US$ 21,99 para US$ 22,60, informou a diretora financeira da usina, Margaret Groff.

Segundo Jorge Miguel Samek, diretor brasileiro da Itaipu, a partir da proposta de reajuste, a Eletrobrás vai calcular a nova tarifa com que a energia chegará às distribuidoras brasileiras, levando em conta a aplicação do fator de ajuste que considera principalmente a inflação norte-americana do período, já que a hidrelétrica binacional faz toda sua contabilidade em dólar.

O cálculo da tarifa foi essencialmente técnico e não levou em consideração nenhuma das reivindicações do novo governo paraguaio de Fernando Lugo, que quer um aumento dos repasses da binacional para o seu país por conta da compra pelo Brasil da chamada energia excedente, não consumida pelo Paraguai.

Neste ano, este fator de ajuste vai pesar bastante na configuração final da tarifa brasileira porque a previsão inicial da binacional era de uma inflação de 1,8% nos Estados Unidos no início do ano, mas ela deverá alcançar 7,8%, de acordo com as previsões para o final de 2008. Com isso, Samek projeta uma elevação final aos distribuidores em torno de 15%, índice que deverá alcançar o consumidor brasileiro de alguma maneira porque a usina, sozinha, é responsável por um pouco mais de 20% do consumo brasileiro de energia.

O orçamento de Itaipu em 2008 foi de US$ 3,2 bilhões e em 2009 deverá crescer pouco, para US$ 3,3 bilhões. Cerca de 70% destes recursos será destinado para a amortização da dívida pela construção da usina, que acaba somente em 2023, enquanto que os demais (30%) são destinados a despesas administrativas, de manutenção e programas das diretorias brasileira e paraguaia, que recebem respectivamente 15% dos recursos cada uma.

(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 8)(Norberto Staviski)