Título: Guará pode ter até 4 bilhões de barris
Autor: Lorenzi,Sabrina
Fonte: Gazeta Mercantil, 27/11/2008, Infra-Estrutura, p. C4

Rio de Janeiro, 27 de Novembro de 2008 - A Petrobras deve divulgar em breve que o potencial de reservas do campo de Guará, vizinho de Tupi, pode ser da ordem de 3 bilhões a 4 bilhões de barris. Os dados já circularam entre funcionários da empresa, mas aguardam aval da diretoria para serem divulgados. Se a perspectiva for confirmada, as reservas estimadas do pré-sal já somam de 14,5 bilhões a 19,5 bilhões de barris. Na mais modesta das hipóteses, é mais petróleo que todas as reservas provadas no País até então, sem o pré-sal, de 14 bilhões de barris de óleo equivalente.

A Petrobras informou que não vai comentar o assunto.

A gerente-geral de instalação, produção e inspeção da área de exploração e produção da Petrobras, Cristina Pinho, disse que estimativas dos campos de Iara e Guará se assemelham. A Petrobras divulgou em setembro que Iara possuía reservas de 3 a 4 bilhões de barris, segundo estudos iniciais.

"Guará tem um potencial interessante em termos de bilhões de barris mas não me lembro exatamente o número. Mas semelhante ao de Iara", afirmou a executiva, após palestrar no seminário "Desafios para o Desenvolvimento do Pré-sal em Águas Profundas no Brasil", promovido pela Câmara Britânica (Britcham). A executiva comparou os dois campos em relação ao potencial de CO2, e também falou em estimativas "semelhantes" no que diz respeito à potencialidade do campo. Também disse que o tipo de óleo de Iara e Guará são parecidos.

Na apresentação, Cristina citou dados de Tupi, Iara e Guará, fazendo algumas comparações entre os campos. Indagada pela Gazeta Mercantil se as estimativas de Guará e Iara se assemelhavam, conforme ela havia sinalizado na palestra, a executiva confirmou, mas explicou que são dados ainda não oficiais. "Eu tive que pegar todos os dados que já estavam públicos e sei que o slide de Guará existia, com dados que estavam semelhantes em relação à potencialidade do campo e também ao percentual de CO2", afirmou. A executiva afirmou ainda que não podia citar números que não se tornaram públicos ainda.

"Pelo que lembro que li (...), era uma coisa semelhante. A diferença é que Guará tem um espessura bastante interessante, maior que Iara.Um lugar que, no futuro, vamos poder usar completação seca por ser extremamente profundo".

Depois de Tupi, a Petrobras deve começar a produzir petróleo do cluster de Santos no campo de Guará e de Iara. Os planos, contudo, ainda dependem de aprovação final da diretoria da empresa.

Guará integra o bloco BM-S-9, que também origina o campo de Carioca. Quando anunciou a descoberta de Guará, a Petrobras informou que o óleo era de boa qualidade, de 28 graus API. A Petrobras é a operadora do bloco com 45% de participação num consórcio formado com a BG Group (30%) e Repsol YPF (25%). A área fica a 310 quilômetros da costa de São Paulo. Segundo a companhia, a descoberta foi comprovada através de amostragem de óleo por teste a cabo, em reservatórios localizados em profundidade de cerca de 5.000 metros.

No campo de Tupi, a expectativa é de encontrar de 5 bilhões a 8 bilhões de barris. Os dois campos têm portanto, de 8 a 12 bilhões de barris. No pré-sal de Jubarte, No Espírito Santo, novas descobertas de óleo anunciadas na sexta-feira passada formam um total de cerca de 3,5 bilhões de barris.

As expectativas de reservas do pré-sal da bacia de Santos entre especialistas e analistas de mercado variam de 40 bilhões a 65 bilhões de barris. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estima 70 bilhões de barris.

(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 4)(Sabrina Lorenzi)