Título: Consumo cresce 5,5%, mas indústria aponta desaceleração
Autor: Cardoso,Denis
Fonte: Gazeta Mercantil, 27/11/2008, Infra-Estrutura, p. C5

São Paulo, 27 de Novembro de 2008 - O consumo brasileiro de energia elétrica cresceu 5,5% em outubro, para 34.022 gigawatts-hora (GWh), em comparação ao volume de igual período do ano passado, informou ontem a Empresa de Pesquisa Energia (EPE), órgão ligado ao Ministério de Minas e Energia. No acumulado de janeiro a outubro, a demanda subiu 4,4%, para 326.900 GWh.

Os números gerais colhidos até o décimo mês do ano, segundo a EPE, ainda não "evidenciam o impacto da crise financeira mundial".

No entanto, o setor industrial já aponta desaceleração em sua demanda por eletricidade por causa das turbulências na economia global. Conforme apurou a empresa do Ministério de Minas e Energia, a taxa de crescimento do consumo das indústrias no acumulado dos 12 meses terminados em outubro - de 4,4% - foi a menor desde abril de 2007. "É cedo ainda para uma conclusão definitiva, mas é sintomático que tal mudança tenha ocorrido a partir da alteração do cenário econômico", diz a EPE.

Ainda segundo a empresa, nos últimos dois meses - setembro e outubro -, o crescimento em percentual do consumo industrial no acumulado de 12 meses ficou abaixo da taxa de crescimento do consumo total, revertendo uma tendência verificada desde agosto de 2007.

Em função da crise mundial que já afeta a classe industrial nos, a EPE revisou para baixo sua previsão para o comportamento do consumo em 2008. Segundo nova estimativa, a demanda crescerá para 4,2% este ano, sobre o anterior, para 394.300 GWh. Este volume é inferior à previsão feita no início do ano - de um consumo de 396.500 GWh -, mas, de acordo com a EPE, está acima da última projeção, divulgada no mês passado, de uma demanda anual de 392.900 GWh.

Em outubro, o setor de comércio foi o que mais cresceu - 8,3% superior ao consumo registrado no mesmo mês de 2007 -, seguido pela classe residencial, que avançou 8% no período. No acumulado do ano, as áreas de comércio e residencial registraram a mesma taxa de crescimento, de 5,5%.

(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 5)(Denis Cardoso)