Título: Oposição tenta adiar votação para 2009
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 26/11/2008, Política, p. A7
Brasília, 26 de Novembro de 2008 - A oposição vai pedir ao presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), para que a votação da reforma tributária fique para o próximo ano. Os líderes oposicionistas não concordam com o grande número de mudanças que o texto sofreu para ser aprovado e consideram que o seu conteúdo ainda não foi suficientemente debatido pela sociedade e pelos próprios parlamentares.
"Um improviso, uma anti-reforma que vai custar muito caro ao País", disse o líder do PSDB na Câmara, deputado José Aníbal (SP), em coletiva de imprensa após reunião de líderes do DEM, PPS, PSDB e de outros deputados que participaram da elaboração da reforma tributária. O relator da proposta de reforma tributária, deputado Sandro Mabel (PR-GO), apresentou na última quarta-feira uma série de mudanças no texto original com sugestões dos secretários estaduais de Fazenda que vinham pressionando o adiamento das votações por temor de perda de arrecadação.
O presidente da comissão da reforma tributária, deputado Antonio Palocci (PT-SP), deseja que o texto seja votado em plenário até sexta-feira no máximo. "O governo procederá muito mal se quiser impor uma votação de um tema como esse para o plenário", afirmou o líder do DEM, deputado ACM Neto (BA). O democrata propôs uma reunião com o relator da reforma tributária, técnicos do Ministério da Fazenda e lideranças do governo. "Queremos analisar cada ponto e ver onde o governo pode ceder".
Outra crítica da oposição é o fato de a base governista querer a votação de uma reforma tributária em momento de crise econômica mundial. "Todos estão ponderando que esta reforma será imprevisível", disse o líder do PSDB. Anibal informou que o líder do governo, Henrique Fontana (PT-RS), propôs nova reunião para continuar as negociações amanhã, às 9h30. O líder disse que vai consultar o partido para ver o que é possível avançar.
Aníbal adiantou que o PSDB é favorável apenas à votação da PEC dos Municípios (495/06). Mesma opinião defendida pelo líder do DEM. "Só dá para votar o que é urgente e já é fruto de decisão do Supremo Tribunal Federal, a PEC dos Municípios, mas sem brecha para criar novos", acrescentou Magalhães Neto.
(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 7)(Redação)