Título: PIB dos EUA tem maior contração desde 2001
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Fonte: Gazeta Mercantil, 26/11/2008, Internacional, p. A10
Washington, 26 de Novembro de 2008 - A economia dos Estados Unidos contraiu-se no terceiro trimestre em um ritmo mais acelerado do que o estimado anteriormente. Os gastos do consumidor registraram a maior queda em quase três décadas. O Produto Interno Bruto ( PIB) dos EUA contraiu ao ritmo anualizado de 0,5% entre julho e setembro, a maior queda desde a recessão de 2001, segundo dados revisados divulgados ontem pelo Departamento do Comércio em Washington. A estimativa divulgada no mês passado era de um declínio de 0,3%.
O relatório sobre o PIB norte-americano divulgado ontem é o segundo de três estimativas oficiais. Os dados foram compatíveis com a mediana das estimativas de 71 economistas consultados pela Bloomberg News. As previsões variaram de contração de 0,1% a declínio de 0,9%.
A economia dos EUA cresceu 2,8% no trimestre anterior. Os lucros corporativos, inclusive estimativas do valor de estoques e correções de investimentos de capital, registraram queda de 0,9% em relação aos três meses anteriores, prejudicados pelos pagamentos de seguro e pelos prejuízos, de US$ 46,2 bilhões, gerados ao furacão Ike. Foi o sétimo declínio nos últimos oito trimestres.
Menos Gastos
Os gastos do consumidor, que representam mais de dois terços da economia dos EUA, caíram a um ritmo anualizado de 3,7% (dado corrigido), mais que a retração de 3,1% estimada pelo governo no mês passado. Foi o primeiro declínio desde 1991 e o maior desde 1980, depois de o presidente Jimmy Carter ter imposto controles sobre o crédito.
Os norte-americanos podem apertar o cinto ainda mais, depois de as empresas terem demitido 240 mil trabalhadores em outubro e de a taxa de desemprego ter alcançado o nível mais alto desde 1994.
Os dados relativos a salários mostraram no segundo trimestre um avanço menor que o estimado anteriormente, em um reflexo do enfraquecimento do mercado de trabalho. Os salários tiveram crescimento de US$ 13,3 bilhões no segundo trimestre, US$ 37,3 bilhões a menos que a projeção anterior.
Já o preço de uma casa adquirida no terceiro trimestre caiu, em média, 6%, comparativamente ao mesmo período de 2007. Em setembro, a queda foi de 1,3%, e reduz os preços em 7,9% em relação ao pico de abril de 2007, informou ontem Departamento Federal de Financiamento à Habitação.
(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 10)(Bloomberg News)