Título: Conserto de gasoduto vai demorar 21 dias
Autor: Cigana,Caio
Fonte: Gazeta Mercantil, 26/11/2008, Infra-Estrutura, p. C6

Porto Alegre, 26 de Novembro de 2008 - O Rio Grande do Sul e a maior parte de Santa Catarina deverão ficar mais 21 dias sem abastecimento de gás do Gasoduto Bolívia Brasil (Gasbol). Foi o que sinalizou ontem a Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia Brasil (TGB), empresa que opera o fornecimento pelos dutos.

O fluxo de gás foi interrompido na noite de domingo em virtude de desmoronamentos de encostas causados pelo excesso de chuvas que assola Santa Catarina nos últimos dias, com o dano à tubulação em dois pontos no território catarinense. Conforme a TBG, as obras de reparo na região do município de Gaspar devem levar três semanas.

Em nota divulgada ontem , a TBG informou que "o acesso ao local para os reparos necessários só pode ser feito por via aérea, incluindo o transporte de equipamentos e equipe técnica". Conforme a TBG, será construído um desvio de aproximadamente 300 metros no duto para minimizar o prazo dos reparos. A TBG observa ainda que o andamento do trabalho, realizado 24 horas por dia, depende de condições climáticas favoráveis. Na operação serão utilizados helicópteros, escavadeiras, geradores, carretas de iluminação, tubos, máquinas de solda, bombas de sucção e demais materiais necessários. O esforço para restabelecer o fornecimento de gás envolve cerca de 100 pessoas, entre funcionários da TBG, Petrobras e empresas fornecedoras.

A TBG informa que também está realizando inspeções em todo o trecho do gasoduto para avaliar as condições dos dutos e tentar evitar novas ocorrências. Por enquanto, estão sem gás o sul de Santa Catarina incluindo a Grande Florianópolis, além de todo o Rio Grande do Sul. O abastecimento prossegue normal no Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná.

Para atender a necessidade emergencial de hospitais e residências, Petrobras, TBG e as empresas de gás dos dois estados, SCGás e Sulgás, estão implementando um plano de contingência para o fornecimento de pelo menos 30 mil metros cúbicos por dia. BR Distribuidora e Liquigás também integram o esforço para suprir gaúchos e catarinenses com outros combustíveis.

No Rio Grande do Sul, a Sulgás cortou na segunda-feira o fornecimento para postos de GNV e indústrias e manteve o suprimento emergencial para hospitais e residências graças ao combustível que ainda se encontra na tubulação entre os dois estados. A oferta se resume a 15 mil metros cúbicos por dia, o equivalente a apenas 1% do abastecimento normal. "Estaremos monitorando dia a dia, mas acreditamos que teremos gás suficiente para hospitais e residências durante estes 21 dias", disse o diretor técnico e comercial da Sulgás, Flávio Soares. Segundo ele, a empresa não conta com qualquer seguro ou cláusula contratual que assegure ressarcimento neste tipo de situação. "Nestes dias deixaremos de comercializar gás", diz ele, admitindo o prejuízo para a companhia.

(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 6)(Caio Cigana)