Título: NSG lança fundos com foco em energia
Autor: Rosa,Silvia
Fonte: Gazeta Mercantil, 28/11/2008, Finanças, p. B3
São Paulo, 28 de Novembro de 2008 - Criada em 2006, a gestora de recursos NSG Capital está ampliando a atuação no setor de private equity e securitização de recebíveis e prepara o lançamento de dois Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), além de dois Fundos de Investimento em Participações (FIPs) para o ano que vem.
A gestora abriu em maio a captação para o FIP Nordeste Energia, voltado para investimento no setor de energia eólica, que já levantou R$ 50 milhões. A previsão, segundo a diretora de compliance da gestora, Andréa Lopes, é captar R$ 400 milhões com investidores institucionais brasileiros. "Mas, com a retração da liquidez em função da crise, estamos prevendo uma captação de cerca de R$ 300 milhões", diz.
Um dos primeiros investimentos foi a compra de participação na Energia Renováveis (Energil) que detém sete parques eólicos no Ceará. "O fundo poderá investir em fabricantes de peças, de geradores e em parques eólicos", explica Andréa.
De acordo com a diretora, a gestora ainda está estruturando mais dois FIPs na área de energia, sendo um voltado para energia térmica, que deverá ser lançado em março de 2009, com previsão de captar entre R$ 600 milhões e R$ 800 milhões.
O primeiro FIP lançado pela gestora, o Brazil Metal, em setembro de 2007, foca em investimentos do setor de metalurgia e siderurgia. A primeira captação de R$ 600 milhões com investidores estrangeiros já foi totalmente investida. Uma das aquisições foi a compra do controle da fabricante de tubos e distribuidora independente de chapas de aço Zamprogna, no ano passado. Segundo Andréa, o patrimônio do fundo poderá chegar a R$ 1,2 bilhão. "Neste ano, decidimos fechar o fundo em função da crise no mercado internacional, mas estamos estudando outras aquisições para o ano que vem", afirma Luiz Eduardo Franco de Abreu, presidente da gestora.
Abreu, que já foi presidente do BB Investimentos, afirma que o setor de commodities metálicas é ainda atrativo, e que apesar da retração do crescimento econômico, deve ser menos penalizado. "Já percebemos uma queda na demanda de nossos distribuidores de 20% a 30% e acredito que o ajuste da produção e a restrição da oferta deve manter os preços dos produtos", afirma.
Diferente de outros FIPs, Andréa explica que a estratégia da gestora é lançar os fundos já com as aquisições das empresas definidas. "Com isso, o investidor já pode avaliar os ativos que está adquirindo", afirma.
Securitização
A NSG também abriu neste mês uma securitizadora para estruturação de FIDCs e emissão de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), e também iniciou as operações como Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM) no mês passado.
Para o ano que vem, deverão ser lançados dois FIDCs, um de R$ 200 milhões e outro de R$ 100 milhões. Um dos fundos que estão sendo estruturados será constituído por recebíveis do mercado imobiliário. "Com a retração do mercado acionário, os investimentos em crédito privado como os FIDCs ganharam atratividade, principalmente por parte dos fundos de pensão", ressalta Andréa.
Além dos produtos estruturados, a NSG faz a gestão da carteira de fundos de investimento multimercado exclusivos para famílias de alta renda. A gestora, segundo Andréa, ainda estudava a possibilidade de lançar um fundo hedge no exterior, mas que foi adiado com a crise no mercado internacional. "No momento, estamos focando nos produtos de private equity e securitização", afirma.
A NSG Capital tem ao todo R$ 1,5 bilhão sob gestão, e conta uma equipe de 20 profissionais, com matriz no Rio de janeiro e filiais em São Paulo e Porto Alegre.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3)(Silvia Rosa)