Título: Rússia quer preço justo e estável, diz Medvedev
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 28/11/2008, Infra-Estrutura, p. C6

Caracas, 28 de Novembro de 2008 - O presidente russo Dmitri Medvedev disse ontem que o seu país deseja um preço "justo e estável" para o petróleo, após uma reunião com seu colega da Venezuela, Hugo Chávez.

"A Rússia está interessada em um preço justo e estável para o petróleo. Os preços não devem ser muito baixos ou especulativamente altos. Queremos preços razoáveis", informou Medvedev.

Durante a mesma visita à Venezuela , o vice-primeiro-ministro russo, Igor Sechin, disse que a Rússia prepara uma minuta de um memorando de cooperação com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para apresentá-la em uma reunião do cartel prevista para dezembro.

"A Rússia é um país grande provedor de petróleo. É preciso haver uma coordenação no mercado mundial entre grandes produtores", disse Sechin.

A Rússia é uma das grandes produtoras petrolíferas mundiais mas não faz parte da Opep, apesar de manter contatos regulares com a organização, da qual a Venezuela é membro. "A situação não pode deixar de preocupar a Rússia, Venezuela e outros países exportadores de petróleo. Existe o conceito do preço justo", disse Medvedev aos jornalistas, junto ao presidente Chávez, que promove uma redução na produção a fim de que os preços avancem.

O líder russo ratificou que a Rússia quer coordenar sua estratégia com a Opep, cujos membros produzem 40% do petróleo mundial. Moscou não descarta um corte em sua produção, anunciou esta semana o ministro russo de Energia. A Venezuela informou que irá incitar, na reunião da próxima semana da Opep no Cairo, uma redução da produção petrolífera em um milhão de barris diários a partir do final do ano. Em 24 de outubro, o cartel reduziu sua produção em 1,5 milhão de barris a partir de 1° de novembro.

A visita de dois dias à Venezuela do presidente Medvedev coincide com a chegada de uma frota de navios de guerra da Rússia que realizará manobras com a Marinha venezuelana.

(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 6)(AFP)